Crédito da foto: Ilustração / Vanderlei Testa

Vanderlei Testa

Vivemos uma dualidade em tudo o que fazemos na vida. Todas as pessoas, independente de onde moram e condições sociais, vivem a dualidade diária. Existe o pobre e o rico. O dia e a noite. O bem e o mal. A verdade e a mentira. A fome e a fartura. A alegria e a tristeza. A saúde e a doença. A dualidade é infinita. Afinal, o que precisamos fazer para estar com a parte positiva em nossas vidas? Simplesmente jogar fora o que nos faz mal. O lado negativo da dualidade.

Cultivar exige preparo da terra. Adubar e irrigar com água. Quem não cuida, recebe o retorno de ervas daninhas e do não crescimento de suas plantas. Assim acontece com a saúde física e psicológica.

Depois que comecei a escrever meus artigos no jornal Cruzeiro do Sul tenho recebido muitas sugestões de temas. Entre esses pedidos, uma leitora citou a dualidade, escolha certa das decisões nesta pandemia. Deixei o coração escrever cada palavra.

Acredito que a reflexão da escolha na dualidade correta levará as pessoas ao rumo certo na decisão. Quer um exemplo: em novembro tivemos a promoção “Black Friday”. Impossível alguém assistir televisão e não ter visto as ofertas chamadas imperdíveis. De papel higiênico nas chamadas dos supermercados às telas digitais de celulares e TVs, cansamos de sermos motivados a comprar. A tal da dualidade de novo. Comprar ou não comprar. Gastar o que não tínhamos de dinheiro e assumir dívidas no cartão ou dormir tranquilo sem a televisão ou cama nova.

No segundo turno das eleições municipais os sorocabanos decidiram domingo, dia 29, a dualidade de dois candidatos. Colocaram o número de dois dígitos na telinha chamada de urna eletrônica e deram ao vencedor o compromisso cumprir as promessas de campanha. Governar uma cidade como Sorocaba exige muito mais que um cargo ou poder e vaidade. A dualidade é o vencedor trabalhar com sabedoria ou empurrar o mandato com a “barriga das promessas”, deixando o povo a “ver navios”.

E dezembro começa hoje. Quantas esperanças. Sonhos e esperança.

O Natal é um tempo fascinante. Mas pode ser na dualidade, um tempo de abandono social. Comércio de presentes e gente nas ruas, sem respeito ao isolamento na pandemia.

Junto com a minha neta Carolina, montamos a árvore de Natal. Passamos momentos incríveis conversando, rindo e instalando a decoração com as luzes coloridas. Certamente ficará na memória dela para sempre.

Cada família deveria fazer essa experiência de amor. A dualidade é o amor ou a agressividade de muitos pais com os filhos. Basta ler os jornais ou assistir à televisão para comprovar isso. A violência infantil é absurda.

Todos, temos 31 dias pela frente até o primeiro dia de 2021. Um tempo para jogar fora os pensamentos negativos de 2020. Banir da mente e do coração o ódio e a ausência de perdão. Refletir e agir para colaborar com o fim da transmissão da Corona vírus.

Assumir metas concretas de ajudar o próximo a ter condições dignas de vida. O desemprego e o aumento dos moradores de rua incomodam a desigualdade humana na dualidade do emprego e da moradia digna em Sorocaba e no Brasil.

A Casa Nossa Senhora das Graças de Sorocaba tem uma história que faz parte do amor sem limites da dualidade. Tudo começou com o casal Gelfe Franco Luiz e Rosângela Franco, responsáveis pela Casa. A entidade nasceu após o casal ter adotado um menino após a morte de sua mãe. Essa adoção fez com que eles sentissem a necessidade de ajudar crianças desamparadas.

Registrada no Conselho Municipal de Assistência Social e no Conselho dos Direitos da Criança e do Adolescente, a Casa Nossa Senhora das Graças tem como objetivo atender crianças ou adolescentes de zero a dezoito anos incompletos, afastados do convívio familiar e em situação de risco, encaminhadas pela Vara da Infância e da Juventude e pelo Conselho Tutelar.

A primeira Casa funcionou em uma chácara alugada em 2013. Ela foi reformada para atender aos requisitos legais e para garantir a excelência de um lar verdadeiro e cristão. Com o apoio da comunidade sorocabana, doações e orações de intercessão de amigos, conseguiram enfrentar muitos desafios durante três anos nessa primeira Casa. Em 2017, a Casa Nossa Senhora das Graças firmou parceria com a Prefeitura de Sorocaba e mudou de endereço. O atual lar de acolhimento funciona no Jardim Paulistano, em Sorocaba. O resgaste da dignidade humana das crianças, criando laços familiares de convívio tem sido a meta diária dessa valorosa obra social de Sorocaba.

Esse é mais um exemplo concreto de que podemos optar em fazer o bem. Dom Julio Endi Akamine, no dia 22 de novembro, dedicou parte da arrecadação das coletas das missas para a Casa Nossa Senhora das Graças.

O Conselho de Leigos da Arquidiocese de Sorocaba iniciou no dia 25 de novembro e, vai até 15 de dezembro, uma Campanha de Arrecadação de Cestas de Natal às famílias atendidas pelo padre Kojak, em Brigadeiro Tobias, e outras entidades, como a Toca de Assis. Para participar é fácil: basta apenas acessar o meu WhatsApp -- 15 9978-27561 -- para obter as informações. Um Natal mais aconchegante começa alimentando quem estava com fome, como diz as Escrituras. “Senhor, quando foi que te vimos com fome ou com sede? “Todas as vezes que não fizeste isso a um desses pequeninos foi a mim que não fizestes” disse Jesus. Ele, o Menino que nascerá já no coração a quem deseja à vida eterna.

Se cada um fizer a sua parte, teremos um mundo como Deus criou. E tudo era bom!

Vanderlei Testa é jornalista e publicitário. Escreve às terças-feiras no Jornal Cruzeiro do Sul e aos sábados no www.blogvanderleitesta.com e www.facebook.com/artigosdovanderleitesta.