A liberdade de escolha, a possibilidade de optar entre alternativas múltiplas antes de decidir, a chance de ponderar, de antemão, as perdas e ganhos associados às nossas escolhas são formas através das quais o Altíssimo rasga, diante de nossos passos, os variados caminhos que podem nos levar ao pleno exercício de nossas possibilidades, associando alegria e ganhos materiais.

Experimentar todas essas satisfações, sob o signo da legitimidade, certos de que o resultado alcançado não suprimiu direitos de outrem nem logrou terceiros, é uma bênção muito especial.

Entretanto são muitos que ao seu redor, por desleixo ou falta de amor próprio, deixam de ativar o aplicativo da sensatez, inerente à sua natureza, e assim se expõem a desastres, ruína e dores.

Mesmo soterrados sob estatísticas, notícias e vídeos acerca das mortes e mutilações causadas pelo trânsito, passamos do meio fio para o leito da rua sem atentar para o movimento dos veículos; cruzamos vias de tráfego intenso fora da faixa de pedestre, situada a poucos metros; entramos no mar agitado, sem fazer caso da sinalização que aconselha permanecer na praia; nos engajamos em relações afetivas que têm tudo para não dar certo; comemos mais que o necessário ao nosso sustento; gastamos o que não podemos e, depois, somos consumidos pelos temores gerados pelo endividamento.

É importante, para um viver saudável, rever nossas ações do dia a dia; identificar, nelas, as muitas apostas que fazemos contra nós mesmos e eliminá-las antes que sejamos “premiados” com um grande desastre.

“Eu, a Sensatez, sou vizinha da Sagacidade e possuo o parentesco da Reflexão. (...) São meus o conselho e o acerto, são minhas a prudência e a coragem.”

Provérbios 8:12 e 14

Bíblia do Peregrino