O país deveria discutir, com maior frequência, questões como as insuficiências e limitações do nosso sistema representativo. O confinamento desse debate ao momento eleitoral, quando as paixões, acirradas, distorcem o raciocínio, faz com que as propostas de mudança caiam no esquecimento, tão logo os votos são apurados e o novo governo toma posse. Em consequência, o carro da democratização gira em falso, sem avanço significativo.

Diante de questões tão espinhosas importa, por um lado, reconhecer que temos tido importantes avanços e, por outro, que eles exigem, ainda, muito aprofundamento.

Nas décadas finais do Império, o Brasil abandonou o voto censitário em que a participação no processo político ficava restrita aos muito ricos e instituiu o voto universal. Na prática, nada mudou. Só pessoas sem juízo algum se atreviam e ir até a secção eleitoral, habitualmente instalada em uma igreja, e ali, diante dos olhos e sob ameaça dos situacionistas, votar em outro candidato que não o oficial.

Hoje, com o voto secreto, a urna eletrônica e a propaganda eleitoral gratuita, esse espaço de liberdade cresceu. Entretanto, ainda há muito a ser feito, a fim de garantir a presença e participação da maioria dos cidadãos na definição dos rumos da cidade e do país.

A Palavra conclama seus seguidores, em todos os momentos, a falar e agir em defesa dos que nada tem nem mesmo esperança e a fazer o que esteja em seu alcance, antes, durante e após as eleições, para mudar realidades que impedem os mais fracos de viverem, em plenitude, a grandeza para a qual o Pai os criou.

“Defenda os que não tem voz e os direitos dos excluídos. Defenda a justiça! Aja em favor do pobre e do necessitado.”

Provérbios 31:8-9

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