Crédito da foto: Emídio Marques

A violência contra o próximo, seja ele quem for, é totalmente incompatível com o ensinamento de Jesus. Ele mesmo traçou essa norma, no Sermão da Montanha e ela não comporta graduação. Até a simples ofensa, a palavra dita com intenção de ferir, é ruptura com o Evangelho, inserção numa cultura assassina que não pode, em grau algum, misturar-se com a fé, do mesmo modo que é impossível à água e ao azeite se mesclarem.

Antes que um corpo caia varado por uma bala, perfurado por uma faca ou meramente ferido por um soco, alguém, dentro de seu coração, agasalhou a ideia de magoar, ferir gravemente ou tirar a vida de outrem. E no instante mesmo em que fez isso, rompeu com a norma básica dos que se propõem a caminhar com o Cristo.

Se você quer viver como Jesus viveu precisa amar como Jesus amou: a todos, sem exclusões, condicionamentos ou restrições, como imagem e semelhança de Deus, ainda que coberta por muita sujeira e desfigurada pelos golpes da vida.

Não dá para transigir, ainda que seja só um pouquinho, com a prática ou a incitação à violência, eis que, como ele ensinou, ao restaurar a orelha do servo do sumo sacerdote, que Pedro acabara de decepar, os que usam da espada, pela espada morrerão.

Cada tropeço das pessoas com quem você divide o chão da Pátria, que as leva à prática, admissão ou incitação à violência, é um passo atrás no caminho do Brasil solidário e solícito, sensível ao desamparo, ao sofrimento, à degradação do irmão mais fraco que somos chamados a construir. E qualquer voz que se faça ouvir, encorajando alguém a destruir alguém, de Deus é que não é.

“Vocês ouviram o que foi dito aos antepassados: ‘Não mate’. Quem matar terá de responder no tribunal. Mas eu lhes digo: Todo aquele que ficar com raiva de seu irmão, terá de responder no tribunal. Quem chamar seu irmão de ‘imbecil’ será submetido ao Supremo Tribunal. Quem o chamar de ‘idiota’ terá de responder no fogo do inferno. ”

Evangelho de Mateus 5:21-22

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