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A verdade descarta a ira

30 de Setembro de 2018 às 13:36

Em 1901, o médico Emílio Ribas, então secretário estadual da Saúde, enviou a Sorocaba uma equipe incumbida de eliminar os criatórios do mosquito da febre amarela.

No finalzinho do século anterior por duas vezes a doença travara o avanço da cidade. Com a segunda epidemia, iniciada em 1900, toda atividade econômica cessou, empresas aqui instaladas se mudaram para a capital e um em cada 15 sorocabanos morreu.

Os homens da saúde pública trabalharam com seriedade e eficiência e a febre amarela sumiu. O trabalho foi feito sob os olhos de toda a população, mas muita gente se recusou a aceitar que a picada por mosquitos infectados era o único mecanismo de propagação da doença.

Isso não ocorreu só com as pessoas simples. Grandes profissionais da saúde pensavam do mesmo modo e defenderam suas ideias em artigos científicos publicados nas revistas especializadas daquele tempo. Lidos hoje, tais textos espantam pelo ridículo.

Ribas contestou os divergentes de forma serena. Confiou em que a verdade prevaleceria, como de fato aconteceu. Hoje é reverenciado como uma das grandes figuras da ciência e da medicina em nosso país, embora Sorocaba nunca lhe tenha dado o merecido reconhecimento.

A verdade, fio de água brotado da montanha, é pequena e teimosa e é com lentidão que percorre o longo caminho que precisa vencer, até converter-se em rio.

A mentira é mais rápida. A inverdade inventada por um logo é repetida, como verdade, por dezenas -- constata o provérbio chinês. Mas não se exalte por isso. Ela morre mais rápido.

“Meus amados irmãos, tenham isto em mente: Sejam todos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se, pois a ira do homem não produz a justiça de Deus.”

Carta de Tiago 1:19-20 Nova Versão Internacional