‘A janela da frente’ no Cine Reflexão da Fundec
Giovanna e Lorenzo vivem um amor proibido. Crédito da foto: Divulgação
“A janela da frente”, de 2003, é um filme de Ferzan Özpetek, nascido em Istambul, na Turquia. Özpetek é radicado na Itália.
Depois da rendição aos aliados em setembro de 1943, a Itália declarou guerra à Alemanha aos 13 de outubro. Imediatamente, tropas alemãs invadiram a Itália e tomaram Roma. Começava assim a prisão e envio, aos campos de concentração, de judeus, ciganos, homossexuais etc.
“A janela da frente” começa logo após da chegada dos alemães. Um jovem trabalha em uma panificadora e tenta escapar, mas o patrão procura detê-lo. O jovem consegue fugir pelas ruas de Roma, na escuridão da noite.
Após essa sequência inicial, a história passa para a atualidade. Giovanna é funcionária da área contábil de uma empresa de alimentos. Está casada há nove anos com Filippo e tem um casal de filhos.
O marido tem dificuldade de se manter num emprego. Problemas diversos acabam por afetar a relação do casal e a vida dos filhos. Ela se torna agressiva com o marido, impaciente com as crianças.
Dorme pouco e à noite observa um apartamento em que mora um jovem solteiro, Lorenzo, como que fantasiando uma vida diversa da que leva.
A vida de casado de Giovanna e Filippo sofre uma mudança profunda quando encontram um homem idoso durante um passeio em que estão, como sempre, pelejando por motivos banais: ela atacando grosseiramente o marido e ele se defendendo.
O idoso está parado na calçada, fala sozinho, está confuso, não lembra quem é e nem de onde seja. Filippo tenta ajudá-lo, procura a delegacia local para tentar identificá-lo e acaba lhe dando hospedagem temporária, sob ruidosos protestos da mulher, que acredita que se trate de um homem perigoso.
Para ganhar algum dinheiro adicional, Giovanna faz tortas doces para serem vendidas em um bar. E aí surge o primeiro contato entre ela e o idoso. Ele lhe dá sugestões sobre como produzir os doces e essa ajuda faz com que os dois pouco a pouco se aproximem; ao mesmo tempo, ele vai gradualmente recuperando a memória e então ficamos sabendo que havia sido proprietário de uma tradicional confeitaria e viveu um amor terminantemente proibido no obscuro período nazista que vigorou em Roma, a partir de outubro de 1943, amor cuja perda trágica gerou consequências que ele carrega até o presente.
Enquanto a história de amor do idoso vai sendo revelada, Giovanna vai se envolvendo emocionalmente com o vizinho da janela da frente em um amor igualmente proibido. Ela tenta se afastar do moço, mas se sente atraída por ele.
Sua relação com o marido vai se deteriorando por questões econômicas. Quando Giovanna está no apartamento de Lorenzo pela primeira vez, observa seu próprio apartamento pela janela, vê o carinho com que Filippo trata dos filhos. Ela então recua.
O idoso, agora sabemos, no passado havia sido proprietário de uma confeitaria famosa de Roma. Ensina Giovanna a fabricar tortas lindas e deliciosas, que possibilitam à jovem iniciar uma nova carreira profissional como doceira, para a qual ela sempre demonstrou interesse e talento.
Serviço
Cine Reflexão
“A janela da frente”, de Ferzan Özpetek
Sexta-feira (4), às 19h
Sala Fundec (rua Brigadeiro Tobias, 73)
Entrada gratuita