A amor rompe o limite do céu
Acolha e valorize a paixão. É preciso que ela exista, a exemplo da faísca que, gerando a explosão inicial, tudo desencadeia e dá origem ao mover. A exemplo do motor, faz o carro da existência avançar, desde nele encontre combustível. Sem isso, a fagulha inicial se perde sem que ocorra movimento algum.
Ardor temeroso de mergulhar por inteiro na essência do outro, a paixão, circunscrita aos estreitos limites do eu, desaparece sem efetivar o encontro do alguém. Logo as partes se dão conta de que a convivência não vai se operar, percebem-se vivendo solidões paralelas e se afastam, carregando dentro de si o pior tipo de saudade: a saudade do que jamais chegou a existir.
É indispensável ao bem-querer ultrapassar a fronteira do eu, criando espaço para que as chamas do mútuo encanto se estendam, por inteiro, à vida dos que partilham a relação. Somente assim a felicidade pode brotar do contentamento recíproco e ser -- segundo o plano de Deus para a sua vida e a vida do seu alguém -- mais do que " uma pluma que o vento vai levando pelo ar".
Na coreografia da vida é a integração dos passos que estrutura a beleza do bailado e faz com que as bênçãos do Deus que muda o pranto em dança recaiam sobre os que dançam em busca da fusão dos movimentos isolados na sublimidade da mútua entrega.
"O amor (...) não exige que as coisas sejam à sua maneira."
1ª Carta aos Coríntios 1:4-5
Nova Versão Transformadora
Geraldo Bonadio é jornalista. [email protected]