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Marcos R. Silva

A força da indústria brasileira: inovação, tecnologia e milhões de celulares produzidos

11 de Novembro de 2025 às 21:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
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. (Crédito: FREEPIK)

A indústria brasileira tem demonstrado, ano após ano, sua capacidade de se reinventar, inovar e entregar resultados em escala global. Um exemplo surpreendente — e do qual nossa indústria de tecnologia nacional deve se orgulhar — é a produção de celulares no País. Em 2024, foram fabricados cerca de 33 milhões de unidades, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Esse número revela o tamanho da operação nacional e mais: reforça o papel estratégico do Brasil na cadeia de manufatura de tecnologia na América Latina.

Produzir milhões de dispositivos móveis exige mais do que infraestrutura: requer expertise tecnológica, eficiência operacional e compromisso com a melhoria contínua. E é justamente nesse ponto que a indústria brasileira se destaca. Empresas que operam no País têm investido fortemente em automação inteligente, como os Autonomous Mobile Robots (AMRs), que otimizam o transporte interno de componentes com precisão, segurança e autonomia. Ao lado deles, robôs colaborativos trabalham em sinergia com operadores humanos, promovendo um ambiente de produção onde a tecnologia amplifica o desempenho humano.

Processos automatizados ao longo das etapas do processo de produção garantem consistência, qualidade e redução de desperdícios, enquanto sensores IIoT (Industrial Internet of Things) coletam dados em tempo real diretamente do chão de fábrica. Esses dados são visualizados em painéis de controle em tempo real, permitindo monitoramento contínuo e decisões ágeis, baseadas em análise preditiva via inteligência artificial. Tudo isso está alinhado a uma estratégia robusta de Indústria 4.0, que conecta sistemas ciberfísicos, digitalização e inteligência operacional para criar fábricas mais resilientes, sustentáveis e preparadas para os desafios do futuro.

O Brasil já dispõe de tecnologia avançada para atender às exigências de um mercado cada vez mais dinâmico e às tendências desta indústria, que apontam para um futuro cada vez mais inteligente, com maior valor agregado e foco em soluções voltadas ao bem-estar e à saúde. Empresas como a Flex — reconhecida como Lighthouse pelo Fórum Econômico Mundial por sua excelência em manufatura avançada e transformação digital — são exemplos de como é possível unir escala, estratégia, propósito e visão de futuro, enquanto operam com excelência no Brasil.

Como parceiro confiável e visionário, o setor industrial brasileiro mostra que é possível combinar escala com inteligência, tradição com modernidade, e propósito com performance. Produzir cerca de 33 milhões de celulares por ano é uma demonstração contundente da força e da competitividade da indústria brasileira.

Mercado Cinza

Apesar da crescente capacidade do Brasil em oferecer tecnologia de ponta, adaptada a um consumidor dinâmico e atento às novidades tecnológicas, a indústria ainda enfrenta um obstáculo significativo: o mercado cinza. Segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), estima-se que 5,1 milhões de smartphones ilegais sejam vendidos no País em 2025, o que representa 14% do volume total do mercado.

Esse mercado paralelo, fruto de descaminho, deve gerar uma evasão fiscal de R$ 4 bilhões. O impacto econômico é expressivo: a Abinee estima que R$ 400 milhões deixem de ser investidos em P&D e que 10 mil empregos diretos e indiretos sejam perdidos devido à proliferação desses aparelhos ilegais.

Além das perdas financeiras, o mercado cinza representa riscos reais para o consumidor. Os dispositivos vendidos por esses canais geralmente não possuem certificação da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e não passam por testes de segurança ou desempenho. Isso expõe os usuários a produtos defeituosos, sem garantia de fábrica ou suporte técnico.

O Brasil tem potencial para liderar em inovação, oferecendo soluções inteligentes na indústria, com alto valor agregado. Mas para que esse potencial se concretize, é essencial enfrentar o mercado cinza de forma direta e estratégica.

Marcos R. Silva, VP de Operações da Flex no Brasil