Angelo Fanti
O papel do líder como catalisador de mudanças dentro e fora da organização
Vivemos um momento em que o papel da liderança nas organizações vai muito além da entrega de resultados financeiros. O conceito de liderança transformacional, aquele que inspira, engaja e mobiliza as pessoas em torno de uma visão de futuro, tem se consolidado como uma das abordagens mais eficazes para promover mudanças significativas não apenas no ambiente corporativo, mas também na sociedade.
Segundo estudo da McKinsey & Company de 2023, empresas que adotam práticas de liderança mais humanas e sustentáveis reportam níveis de engajamento três vezes maiores do que aquelas focadas apenas em resultados operacionais. Essa relação não é coincidência. Líderes transformacionais compreendem que o sucesso de longo prazo depende da sua capacidade de desenvolver pessoas, fomentar a inclusão e contribuir de forma ativa para o desenvolvimento social e ambiental do entorno em que atuam.
O Fórum Econômico Mundial também destacou, no relatório “Future of Jobs 2023”, que as habilidades mais valorizadas nas lideranças modernas envolvem pensamento analítico, empatia, influência social e compromisso com práticas sustentáveis. Esses elementos convergem diretamente com o modelo de liderança transformacional, que pressupõe a construção de ambientes éticos, colaborativos e que promovam o bem-estar coletivo.
Dentro desse cenário, a responsabilidade social corporativa deixou de ser um diferencial e passou a ser uma expectativa. A pesquisa “Global Human Capital Trends 2024”, da Deloitte, aponta que 86% dos profissionais entrevistados acreditam que líderes organizacionais devem exercer influência ativa em temas sociais e ambientais. Essa visão reforça a importância de um posicionamento genuíno das empresas frente aos desafios da sociedade, e esse movimento, invariavelmente, começa com os líderes.
Na Sorocaba Refrescos, temos procurado seguir esse caminho com consistência. A liderança aqui é entendida como uma prática que combina visão estratégica com responsabilidade social. Isso se traduz em iniciativas como o patrocínio a projetos de educação e esporte por meio das Leis de Incentivo, ações afirmativas para ampliar a inclusão em nossos processos seletivos e programas internos de desenvolvimento que valorizam a diversidade de pensamento e o crescimento conjunto.
A liderança transformacional também exige coragem para revisar modelos, ouvir ativamente e transformar feedbacks em ações. Enxergar o potencial humano além da produtividade e atuar de forma ética e consciente são atitudes fundamentais para quem deseja não apenas conduzir uma equipe, mas também deixar um legado.
O desafio atual é formar líderes capazes de olhar para dentro da organização e, ao mesmo tempo, entender seu papel no ecossistema social em que estão inseridos. Isso significa orientar decisões com base em valores, promover a equidade, reduzir desigualdades e gerar oportunidades reais de transformação. Afinal, empresas não são feitas apenas de produtos ou serviços: elas são feitas por pessoas — e para pessoas.
Angelo Fanti é diretor de RH da Sorocaba Refrescos.