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Maria Aparecida Almeida Dias de Souza

A genealogia

06 de Maio de 2025 às 22:12
Cruzeiro do Sul [email protected]
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. (Crédito: FREEPIK)

“A genealogia sempre esteve entre os interesses humanos e continuará no futuro a despertar nosso interesse, pois se, por um lado é intrínseco à natureza humana o desejo pelo conhecimento, por outro a genealogia dá forma ao vínculo entre passado e continuidade, revelando a condição humana de cada indivíduo como ser original e ao mesmo tempo dependente de uma coletividade singular que a precede no tempo a família.”

O que é a genealogia? Segundo o dicionário de genealogia de Gilber Rubem Rangel, “é uma ciência auxiliar da história que estuda a origem, evolução e disseminação de grupos inter-relacionados por laços familiares ou outro tipo de relacionamento qualquer”.

O objeto da pesquisa genealógica são os ascendentes e os descendentes de um indivíduo.

A pesquisa genealógica pode ser descendente quando parte de um casal tronco e lista toda sua linhagem ou ascendente quando parte de um indivíduo e busca seus ancestrais, formando sua árvore de costado.

O mais comum é a pesquisa que vai de um indivíduo a seus ancestrais, iniciando pelos pais, os 4 avós, 8 bisavós, 16 trisavós e esse número vai se multiplicando chegando ao absurdo de termos cerca de 4.047 décimos avós, ou mais ainda, 4.141.051 vigésimos avós. Isso é o que chamamos de árvore de costados. É o levantamento de toda cadeia formada por pais, avós, bisavós, trisavós etc. de uma determinada pessoa para obter o conhecimento de toda estrutura familiar que contribuiu para o nascimento desse indivíduo.

Como iniciar uma pesquisa? Precisamos da certidão de casamento dos pais e aí vamos obter o nome dos quatro avós. Buscando o casamento desses avós vamos encontrar o nome dos pais deles, ou seja, teremos oito bisavós e assim sucessivamente.

Onde pesquisar, como procurar? Primeiro lugar é preciso saber a origem, onde nasceram, de onde eram esses ancestrais. Até a República do Brasil não havia cartório de registro civil, portanto o que valia eram os assentos de batismos, casamentos e óbitos nos livros de igreja. Com a Proclamação da República vieram os cartórios de registro civil.

Há mais ou menos dez anos atrás, era preciso ir pesquisar nas Cúrias Diocesanas. Hoje, graças a um trabalho dos membros da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, quase todos esses livros estão digitalizados e colocados no site “Family Search” para uso gratuito para quem desejar. No início da pesquisa é relativamente fácil, mas à medida que vai ascendendo vai ficando mais difícil.

A pesquisa genealógica deve ser feita separada, os pais de seus pais e seus ancestrais dos pais de sua mãe e seus ancestrais. Não devemos desanimar com as dificuldades, pois tendo paciência uma hora nos deparamos com o batizado ou casamento de alguém que procurávamos há muito tempo.

A beleza da genealogia está em descobrir de onde viemos. Quem eram os nossos antepassados. Por onde andaram? O que fizeram? Tudo o que passaram nossos inúmeros avós para que estejamos vivos hoje.

Quanta luta! Quanto trabalho! Quanta conquista! Quantas perdas! Quanto amor envolvido para usufruirmos hoje das belezas da vida. Precisamos valorizar o que somos!

Maria Aparecida Almeida Dias de Souza é vice-presidente da Academia Sorocabana de Letras.