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João Alvarenga

Utopia made in Brasil

Confesso que uma imensa alegria invadiu meu coração nesse país ilusório, porque o povo, pela primeira vez, estava realmente feliz

10 de Fevereiro de 2024 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: REPRODUÇÃO / INTERNET)

 

Envolvido pelo clima do Carnaval em que, apesar de tantas mazelas, muitos mergulham na fantasia do faz de conta. Numa dessas noites sonhei algo que me deixou muito feliz! Sonhei que o Brasil era o melhor lugar do mundo para se viver. Isso em termos de qualidade de vida da população, porque como diz a canção, nosso País já é abençoado por Deus e bonito por natureza. Porém, no quesito distribuição de rendas deixa muito a desejar. Mas, voltando ao sonho, quero dizer que tudo parecia tão real, embora fosse ilusão. Nesse “ilha da fantasia” não havia pobreza, problemas sociais, desemprego, analfabetismo, falta de moradia, violência e corrupção.

Para completar a felicidade, os hospitais públicos prestavam um excelente serviço à população. Ou seja, ninguém ficava na fila de espera. Ninguém ficava sem atendimento. Todos eram tratados com dignidade. E tem mais: nessa visão onírica, a defesa da ética era a bandeira dos homens públicos. Todos os eleitos pensavam apenas e tão somente no povo e nada mais. Nenhuma obra era superfaturada.

Confesso que uma imensa alegria invadiu meu coração nesse país ilusório, porque o povo, pela primeira vez, estava realmente feliz. Nesse mundo imaginário, os três poderes vivam em harmonia e respeitavam cada item da nossa aclamada Carta Magna. Os impostos eram justos e as famílias tinham recursos para comprar alimentos da cesta básica, ter acesso ao lar e à cultura. Além disso, nenhuma criança pedia esmola nos cruzamentos das grandes cidades, porque nossa educação não só servia de exemplo para outros países, como também motivava a juventude a estudar.

Você já imaginou viver num país assim? Um país em que tudo é perfeito e maravilhoso. Um país em que a riqueza produzida pelos operários da indústria, da agricultura e do comércio é distribuída de forma igualitária entre todos os cidadãos. Além disso, cada centavo pago de imposto reverte em benefícios do próprio povo que tem uma qualidade de vida invejável. Quando despertei, pensei: nossa! Como seria bom morar numa nação onde todos são iguais perante a Lei. Onde o povo é próspero, saudável e feliz. A riqueza é tanta que a criminalidade é coisa do passado. Com certeza, seria divino e maravilhoso!

Bom domingo!

João Alvarenga é professor de redação