As músicas deste tempo do advento do Natal, faltando apenas sete dias para o dia 25 de dezembro, são as mais tocadas no mundo. Autores famosos, como John Lennon e Yoko Ono, deixaram na canção “Então, é Natal”, “Happy Xmas” (Ear Is Over), uma das mais emocionantes letras natalinas. Na versão em português, a frase “Então, é Natal, o que você fez?”, inicia o texto da melodia questionando o ano que passamos. No nosso caso, o ano de 2023. Vale pensar, de janeiro a dezembro, quais foram as ações fraternas ocorridas por nossa iniciativa. Chegar ao mês de dezembro e, então, sair atendendo cartinhas com pedidos de brinquedos, doar cestas básicas, dar gorjetas em caixinhas de postos de gasolina, operários da limpeza pública ou coletores de reciclados, de certo modo, são atitudes louváveis.

Porém, muitos se tornam “bonzinhos” só nesta época do ano. Ou seja, nos onze meses anteriores ao Natal, há os que ignoram as necessidades básicas daqueles que estão próximos, inclusive no próprio lar, na comunidade ou no ambiente de trabalho. Assim, as gentilezas desta época são vistas como ações “demagógicas”. Talvez, a oferta natalina foi produto de um impulso momentâneo.

Na letra da música, o casal John Lennon e Yoko Ono, continua na segunda frase: “O ano termina e nasce outra vez”. Neste caso, refleti para escrever este artigo no ano que termina daqui a 12 dias (31/12). Nascem outra vez os sonhos, desejos, lutas e compromissos para 2024. Surgem as listinhas de promessas e ambições. Poucas pessoas colocam, em suas metas para o ano novo, desafios de amenizar a pobreza. No Brasil, oficialmente, há 68 milhões de famílias que sobrevivem com apenas R$ 637,00 por mês. Como viver com essa renda, cuidar dos filhos, pagar aluguel, e comprar alimentos? Realmente, é impossível imaginar. Mas, a sequência da música: “E, então, é Natal, pro enfermo e pro são/Pro rico e pro pobre, num só coração. Então, bom Natal, pro branco e pro negro/ Amarelo e vermelho, pra paz afinal”, de certo modo, traz esperança.

Realmente, será Natal nos asilos, hospitais, albergues, como nas mansões e casebres. Um frango assado na máquina para uns e um banquete para outros. Uma tubaína na mesa ou um champanhe francês. Tudo dependerá do endereço da família, na periferia ou no condomínio privilegiado à beira mar.

Assim, continuo a cantarolar a música do Lennon e Yoko, pensando onde e como eles escreveram essa pérola musical que envolveu inspiração divina. Será que estavam diante de um presépio? Ou de uma celebração natalina? Trafegando de carro pelas avenidas nova-iorquinas com suas lojas de grife iluminadas e decoradas de Natal? De algum lugar, surgiu essa belíssima canção que fala de amor universal. O amor do Menino Jesus, que nasceu para ser lembrado ao longo de todo ano; mas, principalmente, no dia 25 de dezembro, como inspiração maior do que leio na letra da música: “Então, bom Natal, e um Ano Novo também E, então, é Natal, e o que a gente fez? O ano termina, e começa outra vez”.

Na estrofe final da música, o alerta: “E, então, é Natal, e um Ano Novo também. Que seja feliz quem souber o que é o bem”. Seja feliz quem souber o que é o bem. Três letras: Bem! Fazer mal ou fazer o bem? Construir relacionamentos do bem ou, então, fomentar inimizades. Qual será o uso do bem no coração e ações de cada leitor e leitora? Não nos cabe julgar e prever. Afinal, cada pessoa tem sua individualidade e livre-arbítrio. Deus permite o dom da vida até o último suspiro. Então, é Natal! O título da canção de John e Yoko define bem os versos dessa “poesia musical” que, talvez, possa estar sendo cantada em outra dimensão espiritual pelos saudosos Beatles.

Na manhã deste dia 19 de dezembro, às 9 horas, na Igreja São Carlos Borromeu, dom Júlio Endi Akamime estará presidindo missa de ação de graças de encerramento do ano da Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas (ADCE). O convite é aberto a todas as pessoas que buscam, na espiritualidade, um encontro mais próximo com o Menino aniversariante do dia de Natal. Uma das músicas a ser tocada e cantada: “Então, é Natal”, certamente, alegrará este momento de confraternização e de paz para os participantes da entidade que trabalha para fazer o bem à comunidade sorocabana.

</VAR-JUST>Vanderlei Testa ([email protected]) é jornalista e publicitário; escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul