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João Marcos e Júlia Cristina

Uso de ansiolíticos durante e após a pandemia

O tratamento (...) é seguro (...) desde que haja o diagnóstico médico e uma dispensação de forma segura

14 de Setembro de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: REPRODUÇÃO / INTERNET)

João Marcos Roberto
Júlia Cristina da Silva

Entre os inúmeros impactos causados pelo isolamento social, imposto pela pandemia de Covid-19, temos os transtornos na saúde mental e no bem-estar psicossocial da população. A sociedade precisou se adaptar a uma rotina diferente, sendo mais frequente o aumento de relatos de ansiedade, medo, angústia e dificuldades do sono.

Pesquisas indicam que, para tratar essa população, houve aumento na prescrição e dispensação de medicamentos ansiolíticos durante a pandemia, especialmente diazepam, alprazolam, lorazepam, clonazepam e bromazepam.
Embora sejam medicamentos eficazes no tratamento de diversos transtornos, é fundamental que o uso seja feito de forma segura e controlada, por serem substâncias com capacidade de reduzir a atividade cerebral, pois, quando usados no longo prazo ou de forma irracional, podem trazer prejuízos ao paciente, como sonolência, amnésia, comprometimento de atividades motoras, além de ocasionar dependência. A questão está no fato de esse consumo elevado ainda estar presente nos dias atuais, o que pode reforçar esses prejuízos ao paciente.

Outro produto que teve aumento de consumo nesse período foi a bebida alcoólica, que também tem capacidade de reduzir a atividade cerebral, e que, quando combinada com o uso desses medicamentos ansiolíticos, faz com que eles se tornem mais potentes em deprimir o sistema nervoso central, causando depressão respiratória e até mesmo o óbito do indivíduo.

O tratamento com medicamentos ansiolíticos é seguro e o paciente deve ter consciência dessa segurança, desde que haja o diagnóstico médico e uma dispensação do medicamento de forma segura, realizada pelo profissional farmacêutico. Após o período adequado de tratamento, preconizado pelo médico, a retirada do medicamento deve ser de forma gradual para evitar síndrome de abstinência ou quaisquer outros sintomas negativos da doença. Lembrando que encerrar o tratamento por conta própria não é seguro e nem eficaz para atingir o resultado esperado; muito pelo contrário, essa conduta acaba trazendo o efeito rebote do medicamento, ou seja, todos os efeitos negativos que o paciente vivenciou no início da perturbação psicológica, mas de forma potencializada.

O paciente deve compreender que os medicamentos são aliados na recuperação da doença e que não é necessário conviver com medo, ansiedade e insônia, mas também é preciso entender que o tratamento feito de forma correta, pelo tempo certo e com acompanhamento profissional de confiança, trará um bem-estar e uma tranquilidade que todo ser humano merece.

Resultado do Trabalho de Conclusão de Curso dos estudantes João Marcos Roberto e Júlia Cristina da Silva, do curso de Farmácia da Uniso, com orientação do professor Sandro Rostelato Ferreira e colaboração da professora Valquíria Miwa Hanai Yoshida. E-mail: [email protected]