João Alvarenga
Querida Sorocaba
Sim, esta amada e acolhedora terra recebe a todos de braços abertos
Como todos os poetas cantam sua cidade, também cantarei a minha! Não em versos, mas na prosa desta crônica que humildemente visa celebrar os 369 anos de fundação dessa querida e pujante terra tropeira. No entanto, espero que este relato, extraído das minhas lembranças sobre Sorocaba, não canse os leitores. Antes disso, a ideia é motivar as novas gerações para que acreditem no potencial que possuem, a fim de que enfrentem os desafios de cabeça erguida. Também para que acreditem nesta cidade. Afinal, quando temos perseverança, os obstáculos são superados, ainda que as dificuldades apareçam. O importante é ter coragem para lutar.
Tanto que, quando, aqui cheguei, em 1985, para trabalhar como repórter do Cruzeiro do Sul, não tinha nenhum amigo, parentes ou condições para comprar uma casa. Na verdade, foi a função de correspondente deste matutino, em Angatuba, que me trouxe para cá. Logo no início, pensei que ficaria uma breve temporada na Redação. Se nada desse certo, retornaria à terra natal. Mas, para minha surpresa, estava enganado, pois tive a felicidade de encontrar, aqui, um ambiente acolhedor para trabalhar, fazer amigos e fixar moradia.
Como era solteiro, instalei-me na “Pensão da Dona Joana”, na rua Brigadeiro Tobias, que ficava num velho sobrado que, posteriormente, foi demolido. Assim que me casei, tratei de encontrar uma casa, pois estava convicto de que minha vida, definitivamente, estava ligada a Sorocaba. Assim, o tempo passou e criei vínculos com a cidade, pois conquistei muitos amigos. Além disso, levei minha experiência de jornalista para sala de aula, pois era graduado em Letras.
O reconhecimento do meu amor por Sorocaba veio em 2016, por iniciativa do então vereador Hélio Godoy, quando fui contemplado com o prestigioso título de “Cidadão Sorocabano”. De certo modo, esse título selou minha relação afetuosa com esta cidade que combina tradição e modernidade. Além disso, tal honraria também confirmou o que, há mais de 30 anos, minha intuição já dizia: Sorocaba sempre esteve no meu destino.
Tanto que, segundo minha saudosa avó, quase nasci na “Manchester Paulista”. Os leitores podem indagar: como assim? Ocorre que minha mãe, com quase nove meses de gravidez, veio de Itapetininga para uma festa de casamento na Vila Hortência. Mas, lá pelas tantas, sentiu fortes contrações. Assim, voltou às pressas para Itapetininga, onde entrou em trabalho de parto. Logo, amigos, por uma questão de horas, eu teria nascido em Sorocaba.
Mas, deixando minhas memórias de lado, é interessante observar, também, uma característica que torna esta cidade muito especial: seu aspecto acolhedor. Sim, esta amada e acolhedora terra recebe a todos de braços abertos. Para quem duvida, basta acompanhar as notícias deste matutino. Muitas matérias dão conta de que, por aqui, anualmente, chegam milhares de pessoas de várias partes do planeta.
Nesse contexto, todo mundo traz, nas bagagens, um sonho, uma esperança, uma vontade de uma vida nova. Assim, muitos chegam da região metropolitana (ou de outras partes do território nacional) atrás de melhores condições de emprego e moradia. Portanto, é notório que o mercado de trabalho sorocabano é bastante atrativo e oferece um vastíssimo “leque” de opções para quem procura uma oportunidade para construir uma carreira digna.
No campo da economia, é visível, também, que o parque industrial está em franca expansão. Além disso, a localização estratégica de Sorocaba, próximo aos grandes centros, tem ajudado na prosperidade do município. O aumento da arrecadação de impostos federais confirma essa realidade.
Por fim, há quem chega de outras partes do mundo e deixa para trás histórias trágicas. Muitos fogem de condições adversas -- como guerras, crises, perseguições ideológicas ou catástrofes naturais -- e fazem de Sorocaba seu novo lar. Por isso, essa terra é querida por todos. Feliz Aniversário, terra amada!
João Alvarenga é professor de Redação.