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Os 80 anos da história do Marinho

24 de Abril de 2023 às 23:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: ÁLBUM DE FAMÍLIA / ARTE:VT)

Um anúncio de página dupla, publicado no jornal Cruzeiro do Sul, em 1987, pelo Mário Pires de Almeida, do antigo Marinho Buffet, fez com que ele contabilizasse mais de três mil e quinhentas festas realizadas na sua história gastronômica. Marinho é sorocabano e nasceu dia 1º de maio de 1943 na casa de seus pais, na rua Miranda Azevedo. Marinho é o mais velho de cinco irmãos, filhos de Maria de Sanctis e Mário Pires de Almeida. Ele teve a sua trajetória escolar no Grupo Antônio Padilha e concluiu a faculdade em Administração de Empresas, na Fundação Dom Aguirre. A sua vida é repleta de acontecimentos que serão comemorados na próxima segunda-feira, nos seus 80 anos de existência ao lado dos quatro filhos, sete netos e da sua esposa, Eliana Cassaniga Pires de Almeida.

Os pais do Marinho são de Tietê. Mário Pires, na década de 1940, era fiscal de algodão em várias cidades, mudando de residência para onde era designado a fiscalizar as produtoras algodoeiras. Sorocaba foi o ponto final da sua carreira, depois de associar-se com os cunhados, Luiz de Sanctis e seus irmãos, José e Amantino, na Casa Saturno. Durante muitos anos essa loja foi um dos maiores comércios de ferramentas e variedades da cidade. Ficava na esquina das ruas Sete de Setembro e Benedito Pires. Marinho recorda desse tempo, quando ele ainda trabalhava em São Paulo fazendo estágio na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP). Tempos depois ele retornou a Sorocaba para trabalhar como secretário do Roberto Luiz Ayres, que presidia a delegacia regional do Centro das Indústrias na cidade.

Em 1978, Marinho e seu irmão, Marcos, foram convidados a se associar ao pai na loja, substituindo dois tios que desejavam se aposentar. Mesmo com os serviços de buffet que estava iniciando na época, decidiu entrar no negócio da família, ficando com as duas responsabilidades. Ele tinha saído da empresa Valisere, como representante comercial e sentiu-se habilitado à missão de abrir o negócio de alimentação. Marinho contou que havia na frente do Ipanema Clube o barzinho Drinks Adami, do Edward Adami. Esse local era onde os diretores do clube frequentavam nos finais de tarde. Com a saída do Egídio’s Buffet do Ipanema Clube, transferindo-se para o Clube de Campo Sorocaba, o Edward foi convidado a iniciar os serviços de buffet do Ipanema. Adami aceitou e convidou o Marinho para ser seu sócio. A sociedade durou três meses e o Marinho continuou à frente do negócio.

Oficialmente, o Marinho começou o seu buffet, em 1975. Trabalhou durante 11 anos no Ipanema e mais 10 anos na sede da rua Cel. Nogueira Padilha. A primeira recepção de casamento que o Marinho organizou foi da filha do Verrone, destacado comerciante de sapatos. Outros jantares, até para três mil pessoas, fazem parte do seu histórico. 

Marinho tinha 21 anos de idade e a Eliana Cassaniga, 14 anos. Foi uma paquera em 1963 que acabou por tocar o coração dos dois enamorados. Estavam no Sorocaba Clube e se conheceram com o incentivo dos amigos. Meses depois, em 1964, os jovens Eliana e Marinho se encontraram em um bailinho na casa da família Guerra, na rua Padre Luiz. O namoro permanece por 59 anos, desde aquele dia, quando trocaram o primeiro beijo. Os pais da Eliana, Nair Guitte e Antonio Cassaniga, aprovaram o namoro da filha, pois eram amigos dos Pires de Almeida. Foram oito anos de namoro e noivado antes de chegarem ao casamento, em 29 de julho de 1972. A Igreja de São Carlos Borromeu, com a celebração nupcial do padre Mauro Vallini, abençoou o casal.

A Eliana, professora formada na Escola Getúlio Vargas, lecionou na Escola Leonor Pinto Thomaz, enquanto o Marinho trabalhava no seu buffet. Com a chegada, em 1973, da primeira filha, Mariana, a vida do casal exigiu mudanças na rotina diária. Depois nasceram a Marina, Mário Neto e Miguel, caçula da turma.

As Bodas de Ouro do casal Eliana e Marinho, celebradas em 2022, deram início à segunda etapa de felicidade conjugal, rumo aos 60 anos de matrimônio. Essa alegria eles partilham com os filhos. Nos muitos álbuns de fotografias de suas juventudes, destacam os blocos carnavalescos que eles organizavam com o Luiz Antonio Beldi Castanho, Osvaldo Teixeira, Pedro Antonio Latorre e uma grande turma de carnavalescos. Corintiano, Marinho agora só deseja que o seu time fique campeão no Brasileirão.

Vanderlei Testa ([email protected]), jornalista e publicitário, escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul