Marcelo Augusto Paiva Pereira
Nunca acolha o nazismo
Para Hitler, o mundo todo devia ser germânico e a capital se chamaria Germânia, em estilo neoclássico

Aos 27 de janeiro de 1945, o exército soviético libertou os judeus sobreviventes do campo de concentração de Auschwitz e, junto aos aliados, concorreu para o fim do nazismo. O Memorial do Holocausto, inaugurado em novembro de 2017 em São Paulo, aborda as atrocidades cometidas pelos nazistas no período de 1933 a 1945. O que enseja alguns comentários.
O nazismo foi a ideologia acolhida pelo Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães quando Adolf Hitler assumiu o seu controle, em 1921. Tinha cunho emocional em crenças mitológicas pangermânicas, difundidas por grupos anticomunistas que surgiram após a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial (1914 - 1918).
Tratava os germânicos como raça superior, porque pura (ariana); enquanto as demais eram inferiores, porque tinham origem da miscigenação entre diversos povos ou por serem nocivas à raça ariana. Dentre elas estavam os judeus, considerados nocivos ao povo germânico.
Aos 30 de janeiro de 1933, Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha pelo presidente Paul von Hindenburg e, após o falecimento dele, em 2 de agosto de 1934, assumiu a presidência do país apoiado pelas Forças Armadas e pelo povo, que o tratava como seu líder -- “führer”. E assim, se tornou ditador daquele país.
Hitler tornou o nazismo a política do Estado e a exerceu contra todos os indesejados (porque impuros ou nocivos), dos quais os judeus que, desde 1933, foram os mais vitimados (perseguidos, torturados e assassinados) e tiveram vários bens confiscados e destruídos. A massiva perseguição a eles teve início aos 9 de novembro de 1938 (noite dos cristais) quando os nazistas quebraram os vidros das lojas, casas, hospitais e sinagogas.
Durante a Segunda Guerra Mundial (1939-1945) Hitler impôs o nazismo a todos os países conquistados e contra todas as raças ou etnias não germânicas, dentre as quais estavam eslavos, ciganos e novamente os judeus. A partir de 1942 foram sistematicamente conduzidos ao extermínio nos campos de concentração, denominado “solução final” ou “holocausto”, que eliminou seis milhões de judeus, além daqueles outros.
Almejava o extermínio dos povos não germânicos para evitar a contaminação da fantasiosa pureza da raça germânica, que deveria povoar todos os países conquistados num pangermanismo mundial. Para Hitler, o mundo todo devia ser germânico e a capital se chamaria Germânia, em estilo neoclássico.
No julgamento de vinte e quatro dos líderes nazistas pelo Tribunal de Nuremberg (1945 - 46) eles se defenderam com os argumentos de que a legislação alemã admitia a execução de judeus e de outras etnias tipificadas de inferiores pela lei. Foram condenados após a acusação confrontá-los diante do direito natural, que assegura o direito à vida, à saúde, à liberdade e outros direitos imanentes ao ser humano.
O nazismo é uma ideologia sectária, criminosa, sicária, destrutiva, desprovida de razão, sem suporte científico, fantasiosa e que nunca serviu, não serve e nunca servirá para nada. Então, nunca acolha o nazismo! Nada a mais.
Marcelo Augusto Paiva Pereira é arquiteto e urbanista