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Marcelo Augusto Paiva Pereira

Ficção x realidade

A ficção tem sido transformada em realidade na razão da ciência e na medida da tecnologia, que tem avançado ao longo do tempo

23 de Setembro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: REPRODUÇÃO / INTERNET)

Notícias têm sido divulgadas informando que a Nasa pretende levar à Lua um foguete tripulado e lá construir uma base para lançamento de naves tripuladas em direção a Marte. Aparentemente surreal, a vontade dessa instituição norte-americana tem mais realismo do que ficção. Cabem alguns comentários sobre ficção e realidade.

Desde a primeira revolução industrial (1760), na Inglaterra, as sociedades têm participado da transformação científica e tecnológica, experimentada, com maior ênfase, no final do século 19, quando o positivismo abriu as portas à multiplicação da ciência e da tecnologia.

Ideias ou projetos tidos por fantasiosos, impossíveis ou ficcionais foram transformados em realidade, como são exemplos o automóvel a combustão interna (existente até hoje), o avião e a viagem dos três astronautas americanos à Lua.

Ao final do século 19, os alemães Gottlieb Daimler e Karl Benz criaram, ao mesmo tempo e sem contato entre eles, o automóvel. Viviam em cidades distintas e conheceram o invento de cada um quando os patentearam. Recebido por várias pessoas com ceticismo, ganhou espaço urbano, industrial e comercial, como também pos fim às carruagens e aos carros puxados por cavalos.

A ideia de que pudesse voar um veículo mais pesado do que o ar foi transformada em realidade quando nosso conterrâneo, Alberto Santos Dumont, em 1906, fez voar o protótipo 14 Bis diante do testemunho de várias pessoas na cidade de Paris. Das aeronaves produzidas, muitas foram utilizadas na Primeira e na Segunda Guerra mundiais (1914 a 1918 e 1939 a 1945), como também no transporte civil, mundo afora.

A viagem à Lua foi tratada como ficção por muito tempo. Júlio Verne escreveu a obra “Da Terra à Lua”, publicada em 1865, em que narra a viagem de três astronautas que partiram num módulo lunar, em um foguete lançado do Estado da Flórida, nos Estados Unidos da América.

Em 1902, Georges Méliès fez um filme de curta duração em que um grupo de cientistas partiu da Terra num foguete que alunissou. Na Lua, entrou em contato com habitantes desse satélite natural. Eles retornaram ao nosso planeta, caíram no oceano e voltaram a Paris.

Em 1969, a Nasa levou à Lua três astronautas, Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins -- dois dos quais a pisaram pela primeira vez --, oportunidade em que o primeiro disse a histórica frase: “Um pequeno passo para um homem, um passo gigante para a humanidade”.

Em suma, a ficção tem sido transformada em realidade na razão da ciência e na medida da tecnologia, que tem avançado ao longo do tempo. Ainda temos o desafio de transformar em realidade a nave estelar “Enterprise” -- conduzida pelo capitão James Tiberius Kirk --, do seriado de televisão “Jornada nas Estrelas”, sucesso em nosso País na década de 1970. Temos até o século 23 para alcançarmos esta meta. Daremos outro passo gigante?

Marcelo Augusto Paiva Pereira é arquiteto e urbanista