Uma discreta nota publicada, recentemente, na coluna “Informação Livre”, foi festejada pelos escritores locais. Qual o motivo de tanto júbilo? A partir deste ano, a Feira de Livros e Autores Sorocabanos, a Flaus, passa a fazer parte do calendário oficial do município. A iniciativa é da Câmara Municipal que, com a Lei 12.609, de 13.07.22, assinada pela Presidência do Legislativo, reconhece a importância do evento para a vida cultural de Sorocaba.

O ponto de partida foi o Projeto de Lei nº 454/2021, de autoria do vereador João Donizete, ao compreender que a Flaus, mais do que uma mera feira de venda de livros, tem com característica primária difundir entre os sorocabanos a produção dos autores de nossa cidade. Afinal, há muito tempo, esses escritores enfrentam dificuldades para que seus textos ganhem visibilidade junto ao público local. Embora seja uma vitrine, a Internet nem sempre ajuda nesse sentido.

A medida dá autonomia aos escritores, ao estabelecer que a curadoria fique nas mãos de autores independentes, sob comando do escritor e historiador, Carlos Carvalho Cavalheiro, seu idealizador. Detalhe: além de revelar talentos, a Flaus também presta homenagem à velha guarda, para manter vivo o legado construído em favor das letras locais.

Essa decisão veio em boa hora, pois Sorocaba já teve outras iniciativas do gênero que, infelizmente, ficaram na saudade. A “Semana do Escritor”, com várias edições, na Fundec, sob o comando de Douglas Lara, movimentou a classe literária de Sorocaba e da região. Também tivemos a saudosa Expo-Literária, coordenada pelo então secretário da Cultura, Anderson Santos. Com apenas três edições, essa atividade lúdica não só congregou a literatura local, com oficinas, palestras e exposições, como também trouxe figuras conhecidas do grande público, como Maurício de Souza, “pai” da “Turma da Mônica”.

Logo, vida longa à FLAUS, pois permite que autores e leitores vivenciem, no mesmo espaço, a experiência do amor aos livros.

João Alvarenga professor de redação e cronista