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Vanderlei Testa

Os três porquinhos do Abel

Cada pessoa tem a obrigação de pensar no futuro e poupar para a sua segurança na terceira idade

05 de Julho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Os três porquinhos
Os três porquinhos (Crédito: Fotos: Ewander Moraes e álbum de família/ Arte: VT)

 

Assisti recentemente uma entrevista do técnico do Palmeiras, Abel Ferreira, português que faz sucesso na sua missão de treinador. O tema foi o ideal de Abel na formação humana dos jogadores. Depois de ver e ouvir o depoimento fiquei pensando no seu conselho aos jovens atletas palmeirenses. Acredito que as suas palavras valem a todos, jovens e adultos, e, por isso, escrevi este artigo. Os três porquinhos citados por Abel Ferreira foram exemplificados como metas a serem desenvolvidas na vida das pessoas. Segundo o treinador, e concordo com ele, o ser humano deveria, com os seus ganhos financeiros do trabalho, manter um cofrinho porquinho com o valor suficiente para a sua subsistência pessoal ou familiar. O segundo porquinho teria como objetivo ter valores depositados para possíveis gastos com despesas de necessidades planejadas para bens almejados, tipo uma nova cama, geladeira, viagem, e o que a pessoa busca adquirir com as suas economias. Já o terceiro porquinho foi essencial na reflexão de Abel. Cada pessoa tem a obrigação de pensar no futuro e poupar para a sua segurança na terceira idade.

O termo segurança significa a manutenção de cuidados com a saúde e a qualidade de vida. Para Abel Ferreira, os rendimentos mensais divididos corretamente em três porquinhos dará visibilidade à realidade financeira. Na reportagem de TV com Abel, apareceu um atleta que na sua juventude conquistou um bom salário e a primeira coisa que fez foi comprar um carro de luxo. Esse jogador, que hoje orienta uma escolinha de futebol em Piracicaba, citou que o seu técnico na época, Tele Santana, o aconselhou a vender o veículo e comprar um apartamento para a família, que morava de aluguel. O jovem jogador seguiu a orientação do seu treinador e hoje, depois de muitos anos, agradece. Graças a esse apartamento, ele vive atualmente com a esposa e filhos no imóvel e não paga aluguel.

Conversei com a médica geriatra Maria Beatriz Montãno sobre a faixa etária dos 40 anos. Confesso que pensava que a fase adulta de certas enfermidades, como Alzheimer, por exemplo, só existia na idade acima dos 70 anos. Descobri que não é bem assim. A prevenção a partir dos 40, com orientação profissional, pode possibilitar à pessoa um estilo de vida saudável, fundamental à prevenção de doenças neurológicas, como é o caso do Alzheimer. Como afirmam os especialistas, a “disciplina é a melhor receita para a qualidade de vida”. É aí que entram as economias do terceiro porquinho.

Retornando ao porquinho, que é um dos símbolos de cofrinhos no Brasil, para guardar moedas, fiz uma pesquisa entre os leitores nas minhas redes sociais e fiquei surpreso com as mensagens e quantidade de pessoas que usam ou usaram o porquinho de barro ou de plástico para economizar.

Abel Ferreira enfatizou que não gostaria de ser lembrado apenas como técnico de futebol, mas como inspirador da valorização humanista de cada jogador que ele orienta. Um amigo de São Paulo, o empresário esportivo Ewander Cezar Moraes, é um dirigente que incentiva a formação de atletas. Ele é formado em gestão financeira e busca também, como o Abel Ferreira, ensinar os jovens a planejar o futuro para si e família poupando 10% para o futuro. Um dos atletas orientados por Ewander é o jogador Ricardo Rickson, de 16 anos, que veio do Ceará e joga na Ponte Preta, de Campinas. Há também o atleta Iago, orientado por Ewander, que jogou na Ponte Preta e hoje está no time do Maringá Futebol Clube. “Estes jovens e muitos outros são como “sementes” de alta qualidade que darão ao País os futuros atletas dos grandes times e da seleção brasileira”, diz Moraes.

Os cofrinhos fazem parte da cultura e educação no Brasil. Ariane Barros contou que já tem R$ 648,00 no cofrinho para comprar a sua moto. Para o Antônio Carlos Sartorelli, muitas vezes os cofres oferecidos pelas lojas e bancos ajudam na poupança. Ele, inclusive, me enviou uma foto de cofrinho de lata que recebeu de uma rede de farmácias. Celina Antunes Vasques Balarin contou que comprou um carro com as economias do porquinho. Algumas dicas do gestor financeiro Ewander Moraes podem ajudar: “Os objetos que não são utilizados em casa devem ser vendidos e o dinheiro guardado. Coloque uma meta mensal de economizar e verá a recompensa”, diz Ewander.

Vanderlei Testa ([email protected]) é jornalista e publicitário. Escreve às terças-feiras no jornal Cruzeiro do Sul