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João Alvarenga

Monstruosidade!

Basta uma simples colisão no trânsito para que tudo acabe em pancadaria, sem que ninguém se entenda

24 de Junho de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: ARTE: LUITZZ TERRA)

 

Quando pensamos que já chegamos ao fundo do poço, em termos de atrocidade, um crime repugnante expõe o que há de mais monstruoso na espécie humana: matar cruelmente em nome do dinheiro sujo. Refiro-me ao brutal assassinado do funcionário licenciado da Funai, Bruno Pereira e do jornalista britânico, Dom Phillips, que denunciavam o extermínio de índios de tribos isoladas, do Vale do Javari, uma das regiões mais violentas da Amazônia. Esse crime, além de chocar o mundo, colocou nosso país, no cenário mundial, como uma terra sem lei.

Todavia, é bom que se diga que essa monstruosidade toda não é exclusividade de nosso país, pois um leitor atento nota que o mundo está estranho, já que a violência toma conta do planeta em todos os setores. Nem mesmo o lazer e os esportes escapam dessa onda maligna. Assim, basta uma simples colisão no trânsito para que tudo acabe em pancadaria, sem que ninguém se entenda.

É notório que o diálogo deu lugar ao discurso de ódio. Para quem duvida, basta dar uma espiada nas redes sociais, para ver que a intolerância reina na internet. Mas, isso não é tudo, já que a guerra ronda o globo e, atônitos, assistimos a Ucrânia ser massacrada pelas forças russas, sem que o ocidente mova uma palha. Pois, mais uma vez, os interesses -- sejam pessoais ou de um líder tirano -- sobrepõem a existência até mesmo de uma nação inteira.

Logo, quando grana e poder estão em jogo, nada detém forças opressoras, nem que seja preciso destruir uma floresta inteira ou acabar com metade da humanidade. Porém, de alguma forma, a natureza (ou as forças divinas) revida. Haja vista que o coronavírus (e outros vírus) ainda dá sinais de resistência. E, quando o homem crê que tem o domínio de tudo, tragédias ceifam até vidas inocentes.

Diante de um cenário tão caótico, em que rios e oceanos são envenenados, florestas tornam-se carvão, em favor do lucro fácil, muitos perguntam: afinal, para aonde marcha à humanidade? Em busca de respostas, igrejas ficam lotadas. Afinal, o futuro a Deus pertence!

João Alvarenga é professor de Redação e cronista