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Mário Eugênio Saturno

O ódio ainda domina a humanidade

Tudo é construído de forma a não fechar todas as saídas para o "animal" que ficaria ainda mais feroz. A Rússia mostra que não tem armamentos à altura dos EUA, seria uma tática?

12 de Abril de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Mário Eugênio Saturno
Mário Eugênio Saturno (Crédito: Arquivo pessoal)

 

O ódio é o grande motor da maldade humana. Putin e seus soldados estão cometendo atrocidades. Muitos dirão que guerra é assim mesmo, que o povo russo não apoia isso, que os ucranianos também cometem atrocidades...

Foi-se o tempo em que se podia ser malvado tendo apenas os companheiros de farda como testemunhas. Agora, até o espaço apresenta- se como testemunha, com fotografias de alta qualidade tomadas de satélites em órbita da Terra. Muitos crimes de guerra terão seus autores identificados.

Tanta exposição deveria fazer a guerra recuar. Mas, ao que parece, as atrocidades russas não chegam ao povo russo, que está, sim, apoiando o presidente Putin. Ele até aumentou sua aprovação de 71% em fevereiro para 83% no final de março. Situação quase idêntica verificou-se quando a Rússia roubou a Crimeia.

Com as mudanças na Ucrânia, recebendo armas, empenhando-se para entrar na Otan e ganhar um salvo-conduto, com o acúmulo de petrodólares pela Rússia, que vive um bom momento econômico (será que as restrições continuarão após o fim da guerra?), com a saída da Angela Merkel e a forte dependência da economia alemã ao petróleo, gás e carvão russos, Putin viu a última oportunidade para anexar Ucrânia.

Cego pela arrogância, Putin imitou Hitler em 1.942, que invadiu a Rússia. Da mesma forma, esperava pouca resistência. Mas, como todo militar velho, não entende bem as novas tecnologias e foi surpreendido pelas novas armas portáteis fornecidas pelos EUA, principalmente. A velha escola acredita na qualificação do soldado e no poder de fogo, entendido principalmente como poder atômico.

Não há dúvidas que a Rússia tenha mísseis e bombardeiros capazes de atingir alvos em solo americano. Mas é preciso lembrar que os Estados Unidos desenvolveram armas ainda não apresentadas. Diz-se de raios lasers poderosos, mas eu aposto mais em lasers de microondas (masers) e pulso eletromagnético (PEM).

A verdade é que se os EUA (o verdadeiro inimigo oculto) fornecessem mais armas ofensivas de curto alcance, de alta tecnologia, os danos nas forças armadas da Rússia seriam irrecuperáveis. Certamente, é uma estratégia. Observe-se que não há ataques no território russo, exceto um que serviu de alerta da capacidade para escalar. Todo o combate acontece no território ucraniano.

Tudo é construído de forma a não fechar todas as saídas para o “animal” que ficaria ainda mais feroz. A Rússia mostra que não tem armamentos à altura dos EUA, seria uma tática? Mas tem armas nucleares... Então, a estratégia das nações da Otan é sufocar a Rússia economicamente e, limitadamente, militarmente dentro do território em disputa. Prevê-se que a Rússia perderá metade do PIB. Se a Rússia não recuar, corre o risco de perder os territórios separatistas, inclusive a Crimeia.

Se não houver uso de armas nucleares, o mundo ganha. A Alemanha, que já era um exemplo em sustentabilidade, tornará ainda mais verde sua rede energética. A Otan, que estava em crise existencial, sai fortalecida. A Europa sai mais forte, o mundo livre sai mais unido para enfrentar, finalmente, o maior inimigo da humanidade, a crise climática!

Mário Eugênio Saturno (cientecfan.blogspot. com) é tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e congregado mariano.