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Mauro José Silva Júnior

Prevenção à saúde deve estar no DNA das empresas

Desde 1998, a partir da definição do atual formato de planos de saúde, a prevenção enfrentou um período de desconfiança

05 de Janeiro de 2022 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Mauro José Silva Júnior
Mauro José Silva Júnior (Crédito: Reprodução)

Mauro José Silva Júnior

 

A prevenção é um tema bastante jovem no âmbito da medicina moderna. No Brasil, o assunto se tornou disciplina nas salas de aula em meados de 1965, em São Paulo. Seu relativo insucesso se deve, em parte, ao modelo assistencial no qual a rede pública tem papel central no cuidado primário e secundário das pessoas.

Desde 1998, a partir da definição do atual formato de planos de saúde, a prevenção enfrentou um período de desconfiança e só recentemente tem entrado na pauta das reuniões de algumas companhias.

É comum, quando o tema surge, gestores pensarem que se trata de um mero direcionamento de recursos para o tratamento de patologias a custos menores. Porém, esta ideia nem sempre é verdadeira do ponto de vista econômico, o que não contribui e atrapalha a definição de um caminho.

Contudo, é preciso lembrar que cuidados preventivos ajudam a elevar a qualidade e expectativa de vida de forma significativa. Por isso, é importante que as empresas busquem equilibrar este fator em seus planos estratégicos. E sabemos que com a economia moderna atual, esta não é missão das mais fáceis.

Ao pensar no assunto, algumas questões geram dúvidas nos empresários e CEOs. Muita gente ainda se pergunta se faz sentido investir na prevenção de doenças dos funcionários. Isto não aumentaria o absenteísmo? Quais seriam os custos?

Para encontrar respostas, é importante ressaltar o papel da tecnologia no ambiente corporativo ao longo dos últimos anos. O sistema de saúde incorporou o termo preditivo em seu rol de atividades e passou a adotar ferramentas de inteligência artificial, por exemplo, para ajudar a responder às questões acima.

Ao direcionar investimentos para cuidados preventivos de forma estratégica, redução de faltas, funcionários mais saudáveis e produtivos são os resultados que podem ser esperados. Há, ainda, o benefício de conseguir reajustes um pouco menores nos planos -- que são definidos a partir do uso do serviço e do perfil dos funcionários.

Já para o indivíduo a prevenção é sempre uma coisa bem-vinda, já que traz a oportunidade de evitar problemas mais graves no futuro. Por outro lado, tal olhar ajuda no desempenho profissional uma vez que este cuidado implica em uma vida mais equilibrada.

Além disso, há uma percepção dos benefícios desta prevenção entre os indivíduos que se preocupam com o tema. Seja qual for o caminho, é preciso que gestores e empreendedores busquem soluções diferentes e inovadoras Existem uma infinidade de soluções capazes de ajudar a escolher a estratégia que traga o melhor benefício tanto para as empresas quanto para os colaboradores.

Mauro José Silva Júnior é médico e fundador da Truvio, healthtech especializada em medicina preventiva