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Sínodo de 2021-2023

Artigo escrito por Dom Julio Endi Akamine

07 de Novembro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Dom Julio Endi Akamine
Dom Julio Endi Akamine (Crédito: Manuel Garcia (11/7/2019))

As Dioceses do mundo todo realizaram no dia 17 de outubro a Abertura da Fase Diocesana do Sínodo 2021-2023.

Sínodo é uma assembleia de bispos e outros que se reúnem para tratar de matérias que se referem à doutrina e à prática da Igreja. O nome é aplicado a qualquer assembleia oficial, desde o sínodo diocesano até um Concílio Ecumênico (CD 36-38).

Mais especificamente o sínodo é uma assembleia de bispos que representam todas as conferências episcopais e que se encontram ordinariamente em Roma no mês de outubro. O seu objetivo é o de promover a união colegial entre o bispo e o papa, informando-o sobre matérias de fé, de moral e de disciplina eclesiástica (CD 5; CIC 342-348).

O que é este sínodo cuja fase diocesana iniciamos?

O papa Francisco deseja que este sínodo seja não apenas um evento, mas um caminho a ser sempre trilhado; não quer que seja apenas um encontro; mas um estilo de vida da Igreja; que não seja apenas uma assembleia para resolver problemas administrativos ou estratégicos, mas que seja a vida da Igreja e uma convocação guiada pelo Espírito Santo para afrontar o desafio da missão evangelizadora. São João Crisóstomo ressalta: “Igreja e sínodo são sinônimos”.

Nesse sentido, a Fase Diocesana do Sínodo 2021-2023 consistirá num processo de escuta sinodal. Objetivo dessa escuta é o de ouvir o que Espírito está falando à nossa Igreja a partir das experiências concretas do caminhar juntos da comunidade eclesial. Não se trata de uma simples coleta de opiniões, mas de um exercício de discernimento. Não consiste em mera pesquisa sociológica, mas de um aprofundamento à luz da fé nas práticas concretas de sinodalidade.

Nesta Fase Diocesana do sínodo procuremos estar na companhia dos irmãos e irmãs próximos e distantes, daqueles que amamos e dos que não amamos bastante.

Para quê? Para ouvir com o coração. Uma vez que o Espírito Santo fala a todos, procuremos ouvir nas palavras dos irmãos e irmãs a voz do Espírito.

Como faremos para ouvir o Espírito nas muitas opiniões das pessoas? Para isso é preciso discernir entre tantas vozes a voz do Espírito: ouvir os lamentos e tirar deles os apelos do Espírito; ouvir as críticas (mesmo as injustas) e discernir nelas as intuições dos novos caminhos do Espírito; é preciso, até mesmo, ouvir os palpites inconvenientes para discernir neles as provocações do Espírito. Não tenhamos medo de ouvir nem de nos expor ao que o Espírito nos fala.

O que nos garante um bom discernimento?

O discernimento deve ser espiritual, ou seja, deve ser precedido e acompanhado da oração. É no ambiente vital da oração que ouvimos melhor o que o Espírito nos fala. Além de ser discernimento espiritual, deve ser discernimento à luz do Evangelho, por isso precisamos da Bíblia: ler a Palavra de Deus; confrontar o que ouvimos com os Evangelhos! Por fim o discernimento deve ser eclesial, por isso serão promovidos encontros de oração, meditação e de discernimento ao longo da Fase Diocesana do Sínodo.

Não percamos esta oportunidade! Você, católico ou não, poderá contribuir decisivamente nos caminhos da Igreja do futuro! Você tem a oportunidade de ajudar a Igreja a ser mais fiel ao Evangelho. Você tem a oportunidade de ajudar a Igreja a desempenhar melhor a sua missão evangelizadora!

Dom Julio Endi Akamine é arcebispo metropolitano da Arquidiocese de Sorocaba.