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Feliz Dia dos Professores

Artigo escrito por Éric Diego Barioni

16 de Outubro de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Éric Diego Barioni.
Éric Diego Barioni. (Crédito: Divulgação)

Neste mês de outubro, mais especificamente no dia 15, é celebrado o Dia dos Professores. Mais um dia, mais um ano. Se em outubro fosse celebrado o Natal, como ocorre no mês de dezembro, este seria um tempo dedicado à introspecção, reflexão etc. Aliás, muitas pessoas criticam esse comportamento natalino cíclico que, na minha opinião é importantíssimo, porém, para muitos de nós -- e a crítica está justamente aí -- ocorre somente a cada dezembro.

Eu não quero aqui comparar a data do Dia dos Professores ao significado do Natal, não! Porém, toda data comemorativa ou de celebração, para além das questões comerciais -- se existirem --, deve ou deveria nos desencadear reflexões. No caso do Natal que se aproxima com o mês de dezembro, amar ao próximo, fazer o bem, reunir a família, abraçar, perdoar e pedir perdão etc. deveriam ser rotina, e a nossa reflexão sobre esses temas deveria ser diária.

Assim, com relação ao exercício docente, deve ser para o professor. A data do Dia dos Professores é, sim, importante para fomentar textos e reflexões, discussões, homenagens, mas a prática da reflexão docente deve ser constante. O docente, assim como o estudante, guardadas as devidas proporções, é um aprendiz, e a busca pela aquisição de competências está na desconstrução e reconstrução do nosso eu, das nossas certezas e incertezas, de conteúdos etc.

Quanto mais eu me aprofundo na prática docente, mas raso eu me descubro, e talvez este seja um dos elementos que respondam pela progressiva desvalorização do professor. O professor não pode ser um leitor de textos, o professor não pode ser de maneira irracional um repetidor de processos e conceitos, o professor deve se comportar -- não como a luz, não mais --, mas como a faísca que irá incendiar a mente de seus estudantes.

Atualmente, ouve-se falar muito em criatividade e inovação docente, e talvez para muitos de nós isso seja de difícil compreensão e/ou aplicação. Porém, afirmo-lhe: existem muitas formas de se inovar na educação, e talvez você possa começar ou incrementar as suas práticas, inovando o seu comportamento em sala de aula.

A lacuna que distancia muitos professores de estudantes não é exclusivamente temporal, mas inclui no balaio questões sociais, comportamentais, tecnológicas etc., e isso faz dos estudantes um belo desafio eterno para o docente. O professor, ainda que seja didático e detentor de conhecimentos e habilidades, pode ser ineficaz por questões comportamentais e de fala.

Como se comunicar, ser aceito e ter a confiança de um estrangeiro se não compreendemos a sua língua, seus costumes, se ferimos a sua crença e não respeitamos o seu ciclo social?

O professor como faísca, incendiando a mente de seus estudantes, orienta, propõe problemas, discute soluções, compartilha experiências, traz significado ao processo de ensino e aprendizagem, porém a lacuna precisa ser vencida, caso contrário a comunicação é ineficaz. A prática da inovação docente envolve a prática da inovação de nosso comportamento em sala de aula.

Por fim, ao parabenizar professores, auxiliares de educação, inspetores de alunos, bibliotecários, funcionários, profissionais da limpeza, segurança, portaria, alimentação -- a educação não ocorre somente em sala de aula, a educação acontece na totalidade da escola, e todos os profissionais são responsáveis por moldar as luzes do amanhã.

Eu gostaria de indicar a leitura de um livro: Manual Ampliado de Linguagem Inclusiva, de André Fischer. Leia. Depois você me chama pelo Instagram e compartilha a sua experiência. Vamos nos desenvolver juntos.

Éric Diego Barioni ([email protected]) é biomédico, mestre e doutor em Toxicologia, conselheiro suplente e presidente da Comissão de Toxicologia do CRBM-1 e coordenador do curso de graduação em Biomedicina da Uniso.