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Pedro Henrique, médico aos 22 anos de idade

Artigo escrito por Vanderlei Testa

27 de Julho de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
(Crédito: ARTE: VT)

Sabem aquelas histórias impressionantes na vida das pessoas? Inspiradoras como modelos de contos de fadas! Nosso conto real começa em Cedral, cidade do Estado de São Paulo localizada a 25 km de São José do Rio Preto. Pequena, com seis mil habitantes. Com suas características da década de 1980, a cidade de Cedral reunia nas suas escolas públicas os meninos e meninas em suas séries classificadas de ensino primário e ginasial. A mocinha Patrícia, com 13 anos de idade, era uma delas. Ela saia diariamente da sua casa e caminhava feliz até a escola para os seus estudos. Do outro lado do bairro, o Victor com a mesma idade carregava os seus cadernos e livros pensando nas aulas e na paquera com a Patrícia. A paixão juvenil tinha tocado o seu coração. Havia uma magia no romance. A hora do intervalo era o momento sagrado dos olhares nos dois adolescentes. O namoro inocente, mesmo que em segredo dos pais, era parte no conto de fadas que eles conheciam somente nos livros. A última série do ginasial jamais seria esquecida por eles. O primeiro beijo aconteceu com o compromisso de serem felizes para sempre.

No dia 2 de junho de 2021 a Patrícia e Victor completaram 30 anos de casados. O tempo passou e o amor foi à aliança daquele sim do casal na Igreja Matriz em Cedral. Do namoro ao noivado e casamento nasceriam os filhos como frutos desse romance de príncipe e princesa. Estudar e educar construiu o futuro dos Beraldi Cordella. Patrícia estudou enfermagem na faculdade de medicina - Famerp, em São José do Rio Preto. Victor, em Ciências da Computação, em Catanduva.

Há 20 anos, em 2001, a mudança para Sorocaba daria um novo rumo ao casal. Passaram a morar no residencial Saint Claire, nos altos da Boa Vista. Foi ali que três anos depois nasceria Pedro Henrique. Logo a família aumentaria. A chegada da Ana Laura completou a descendência do casal.

Estudando e trabalhando em Sorocaba, praticando esportes de corridas de rua, fazendo novos amigos, Patrícia e Victor construíram uma vida na cidade, entre os seus vizinhos, nos hospitais e empresas onde trabalharam. Caminhando 200 passos de minha casa eu passo na frente da casa da família Cordella. Quando vim morar no residencial o Pedro Henrique Beraldi Cordella tinha 10 anos de idade. Um jovem sonhando com o futuro. Seus pais foram a alavanca de ótimos testemunhos de vida nos seus estudos. Pedro, aluno dedicado, aproveitava o tempo para leituras e pesquisar os assuntos que gostava. Entre eles, a medicina. Sua mãe Patrícia, que já era da área da saúde, incentivava a sua vocação. Exemplo e carinho de mãe e o apoio do pai motivaram o adolescente Pedro a seguir a intuição do seu coração. O sonho da área da medicina, apesar de sua pouca idade, impulsionava sua mente desde criança. Os anos foram passando. Concluído os ensinos fundamental e médio, estava na hora dos vestibulares e da escolha da universidade. A medicina estava cravada em primeiro lugar. Pedro tinha 17 anos. Acreditou, estudou e foi aprovado na FAM, em São Paulo.

A união da família em torno da viabilidade de manter os custos da faculdade, a mudança de vida para São Paulo e uma nova etapa desafiadora de independência de sua adolescência não inibiram o jovem Pedro Henrique. Os anos de faculdade passaram rápido. Neste mês de julho, com a gratidão divina nos pensamentos, o agora doutor Pedro Henrique recebeu na sua colação de grau em medicina aos 22 anos de idade o merecido presente simbólico do estetoscópio das mãos de seus pais Victor Pegoraro Cordella e Patrícia Beraldi Cordella. Os abraços de sua irmã Ana Laura e dos pais, que ilustram em foto este artigo, são expressões de um amor abençoado. A partir dessa conquista virão mais desafios. Como diz sua mãe, noites não dormidas, as festas não aproveitadas e, jornadas pesadas de plantão serviram para o amadurecimento profissional do filho médico no êxito até a sua formatura.

Surge aí neste tempo da pandemia tão difícil para os profissionais da saúde um novo médico determinado a cuidar da vida do próximo. A sua formação acadêmica unida à capacidade, sabedoria e determinação levará o doutor Pedro à frente dos “campos de batalha hospitalares” para salvar vidas. Um jovem sorocabano médico que orgulha a cidade e o Brasil. O mundo espera e conta com você, Pedro Henrique. O seu foco é a neurocirurgia. E como relatam os seus pais, desde a sua infância o amigo da família Cordella, o médico neurologista doutor Luiz Carlos Beda, incentivava o garoto na sua vocação. E como fonte inspiradora, o doutor Beda esteve presente, manifestando a sua alegria em celebrar essa conquista do afilhado da família Cordella.

Agora é a vez da irmã Ana Laura. A única aluna do terceiro colegial na sua escola em Sorocaba que passou em 2021 no vestibular de medicina. Ganhou até um outdoor da escola com a sua foto e a frase: “Juntos aprendemos que os sonhos nos mantêm fortes”. Ela ainda não tem 18 anos. Em plena pandemia venceu a difícil experiência dos exames de medicina na Uninove, de conceito internacional. Logo, logo, Sorocaba terá os dois irmãos unidos nessa nobre missão de levar vida saudável à população, como médicos que amam a profissão e, principalmente, serão acolhedores com tratamento humano aos pacientes.

Patrícia e Victor afirmam: “Pedro e Ana, dois presentes de Deus em nossas vidas”.

No livro do Eclesiástico: 38, 1-15, lemos o versículo: “Honra o médico, porque ele é necessário, pois foi o Altíssimo que o criou. De Deus lhe vem à sabedoria e do rei ele recebe presentes”.

Vanderlei Testa é jornalista e publicitário. Escreve às terças-feiras no Jornal Cruzeiro do Sul. Contato: [email protected]