Pedro Henrique, médico aos 22 anos de idade
Artigo escrito por Vanderlei Testa
Sabem aquelas histórias impressionantes na vida das pessoas? Inspiradoras como modelos de contos de fadas! Nosso conto real começa em Cedral, cidade do Estado de São Paulo localizada a 25 km de São José do Rio Preto. Pequena, com seis mil habitantes. Com suas características da década de 1980, a cidade de Cedral reunia nas suas escolas públicas os meninos e meninas em suas séries classificadas de ensino primário e ginasial. A mocinha Patrícia, com 13 anos de idade, era uma delas. Ela saia diariamente da sua casa e caminhava feliz até a escola para os seus estudos. Do outro lado do bairro, o Victor com a mesma idade carregava os seus cadernos e livros pensando nas aulas e na paquera com a Patrícia. A paixão juvenil tinha tocado o seu coração. Havia uma magia no romance. A hora do intervalo era o momento sagrado dos olhares nos dois adolescentes. O namoro inocente, mesmo que em segredo dos pais, era parte no conto de fadas que eles conheciam somente nos livros. A última série do ginasial jamais seria esquecida por eles. O primeiro beijo aconteceu com o compromisso de serem felizes para sempre.
No dia 2 de junho de 2021 a Patrícia e Victor completaram 30 anos de casados. O tempo passou e o amor foi à aliança daquele sim do casal na Igreja Matriz em Cedral. Do namoro ao noivado e casamento nasceriam os filhos como frutos desse romance de príncipe e princesa. Estudar e educar construiu o futuro dos Beraldi Cordella. Patrícia estudou enfermagem na faculdade de medicina - Famerp, em São José do Rio Preto. Victor, em Ciências da Computação, em Catanduva.
Há 20 anos, em 2001, a mudança para Sorocaba daria um novo rumo ao casal. Passaram a morar no residencial Saint Claire, nos altos da Boa Vista. Foi ali que três anos depois nasceria Pedro Henrique. Logo a família aumentaria. A chegada da Ana Laura completou a descendência do casal.
Estudando e trabalhando em Sorocaba, praticando esportes de corridas de rua, fazendo novos amigos, Patrícia e Victor construíram uma vida na cidade, entre os seus vizinhos, nos hospitais e empresas onde trabalharam. Caminhando 200 passos de minha casa eu passo na frente da casa da família Cordella. Quando vim morar no residencial o Pedro Henrique Beraldi Cordella tinha 10 anos de idade. Um jovem sonhando com o futuro. Seus pais foram a alavanca de ótimos testemunhos de vida nos seus estudos. Pedro, aluno dedicado, aproveitava o tempo para leituras e pesquisar os assuntos que gostava. Entre eles, a medicina. Sua mãe Patrícia, que já era da área da saúde, incentivava a sua vocação. Exemplo e carinho de mãe e o apoio do pai motivaram o adolescente Pedro a seguir a intuição do seu coração. O sonho da área da medicina, apesar de sua pouca idade, impulsionava sua mente desde criança. Os anos foram passando. Concluído os ensinos fundamental e médio, estava na hora dos vestibulares e da escolha da universidade. A medicina estava cravada em primeiro lugar. Pedro tinha 17 anos. Acreditou, estudou e foi aprovado na FAM, em São Paulo.
A união da família em torno da viabilidade de manter os custos da faculdade, a mudança de vida para São Paulo e uma nova etapa desafiadora de independência de sua adolescência não inibiram o jovem Pedro Henrique. Os anos de faculdade passaram rápido. Neste mês de julho, com a gratidão divina nos pensamentos, o agora doutor Pedro Henrique recebeu na sua colação de grau em medicina aos 22 anos de idade o merecido presente simbólico do estetoscópio das mãos de seus pais Victor Pegoraro Cordella e Patrícia Beraldi Cordella. Os abraços de sua irmã Ana Laura e dos pais, que ilustram em foto este artigo, são expressões de um amor abençoado. A partir dessa conquista virão mais desafios. Como diz sua mãe, noites não dormidas, as festas não aproveitadas e, jornadas pesadas de plantão serviram para o amadurecimento profissional do filho médico no êxito até a sua formatura.
Surge aí neste tempo da pandemia tão difícil para os profissionais da saúde um novo médico determinado a cuidar da vida do próximo. A sua formação acadêmica unida à capacidade, sabedoria e determinação levará o doutor Pedro à frente dos “campos de batalha hospitalares” para salvar vidas. Um jovem sorocabano médico que orgulha a cidade e o Brasil. O mundo espera e conta com você, Pedro Henrique. O seu foco é a neurocirurgia. E como relatam os seus pais, desde a sua infância o amigo da família Cordella, o médico neurologista doutor Luiz Carlos Beda, incentivava o garoto na sua vocação. E como fonte inspiradora, o doutor Beda esteve presente, manifestando a sua alegria em celebrar essa conquista do afilhado da família Cordella.
Agora é a vez da irmã Ana Laura. A única aluna do terceiro colegial na sua escola em Sorocaba que passou em 2021 no vestibular de medicina. Ganhou até um outdoor da escola com a sua foto e a frase: “Juntos aprendemos que os sonhos nos mantêm fortes”. Ela ainda não tem 18 anos. Em plena pandemia venceu a difícil experiência dos exames de medicina na Uninove, de conceito internacional. Logo, logo, Sorocaba terá os dois irmãos unidos nessa nobre missão de levar vida saudável à população, como médicos que amam a profissão e, principalmente, serão acolhedores com tratamento humano aos pacientes.
Patrícia e Victor afirmam: “Pedro e Ana, dois presentes de Deus em nossas vidas”.
No livro do Eclesiástico: 38, 1-15, lemos o versículo: “Honra o médico, porque ele é necessário, pois foi o Altíssimo que o criou. De Deus lhe vem à sabedoria e do rei ele recebe presentes”.
Vanderlei Testa é jornalista e publicitário. Escreve às terças-feiras no Jornal Cruzeiro do Sul. Contato: [email protected]