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Um padrão ético com pacientes e o melhor corpo profissional de saúde

Artigo escrito por Maristela Honda

12 de Junho de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Maristela Honda.
Maristela Honda. (Crédito: Divulgação)

Desde quando, há dois anos e meio, assumiu a gestão do Conjunto Hospitalar de Sorocaba (CHS), o Serviço Social da Construção Civil (Seconci) mais que dobrou o número de profissionais da saúde: médicos, corpo de enfermagem, auxiliares, pessoal de infraestrutura, administrativo. A valorização desse especial grupo de profissionais que cuidam de pessoas, salvam vidas, tem sido um ponto de honra na gestão do Seconci em todas as unidades de saúde sob sua gestão, no Estado e na Prefeitura de São Paulo. Acima de tudo, o reconhecimento de seu valor como ser humano e sua exemplar importância profissional para a melhor saúde pública gratuita é primordial no atendimento humano, cuidadoso, esquecido por tantos, por tanto tempo.

Por quase 50 anos o CHS, mais conhecido pelo Hospital Regional, que atende a 48 cidades da DRS-16, esteve sob gestão direta da Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo. Quem acompanhou por todos esses anos as notícias que muitas vezes ocupavam as editorias policiais pode entender porque o Seconci, que tem em seu curriculum a gestão de quatro hospitais classificados entre dez melhores do País (mais de 2 mil hospitais públicos) foi chamado para concorrer à gestão do CHS. Com o mesmo orçamento que antes era designado a manutenção mensal e nada para investimentos, o CHS passou em pouco tempo de 1,1 mil funcionários públicos mais algumas dezena de terceirizados para os atuais 2,2 mil funcionários entre públicos e CLT. Esse expressivo número de mais de 1,1 mil novas contratações cala a crítica daqueles que alegam que a parceria entre o setor público e uma organização sem fins lucrativos leva à diminuição de pessoal. Nada mais longe da verdade e muito próximo dos interesses pouco recomendáveis daqueles que vivem dos restos do fracasso e se alimentam do quanto pior, melhor. Ações recorrentes e típicas dos que não contribuem para o bem-estar da população e vive com falta de humanidade, alinhado com interesses mesquinhos de seus decadentes grupos que tanto mal já fez e ainda faz a esse País.

Em um ano e meio de combate à Covid-19, como é de conhecimento de todos -- o cidadão, o segmento da saúde, hospitais, governos, Justiça e MP -- viram os preços de insumos escalar a valores poucas vezes imagináveis. Uma simples máscara que antes custava R$ 0,10 passou a mais de R$ 3,00. Hoje o preço é menor. Medicamentos e equipamentos seguiram pelo mesmo caminho e, hoje, ainda em falta em alguns casos. No CHS, graças a gestão que espelha a de uma empresa particular e é auditada a cada três meses, os EPIs equipamentos de proteção individual -- nunca estiveram em falta, a não ser em raríssimas oportunidades em poucos itens por não entrega pelos fornecedores. Como exemplo paralelo, a escassez de fornecimento de chips para manufatura de semicondutores, usados em módulos, sensores e controladores de todo tipo, já paralisou por horas e dias alguns dos maiores fabricantes de automóveis na Europa e Japão, como Volkswagen, Nissan, Honda, Toyota, Renault, entre outros.

Enquanto, de maneira triste, observa-se a falta de oxigênio em alguns hospitais públicos pelo País, não existe falta no CHS. Como hoje, de forma plena, os equipamentos de EPI estão à disposição de todos. Os números da população que trabalha no CHS, boa parte dela que fazem turnos também em hospitais particulares porque a agenda de trabalho assim permite, mostram: entre os 2,2 mil funcionários, entre muitos que trabalham também em outros hospitais, ocorreram apenas dois óbitos devido à Covid-19, sendo que um deles estava em viagem, fora do CHS. Costuma-se dizer que os funcionários estão mais protegidos, aliás todos vacinados, dentro do CHS que andando pelas ruas de qualquer cidade.

Sempre que necessário, o CHS tem procurado por profissionais, dentro de suas necessidades operacionais e dentro do apertado orçamento, uma vez que não deixa de atender outras importantes área como oncologia, maternidade de alto-risco, traumas -- pronto-socorro, queimados, atendimento a presídios - buco-maxilo, farmácia de alto-custo. São salários compatíveis com pesquisa anual feita pelas entidades hospitalares público e particulares.

Hoje, a população mais simples, que viaja cerca de 500 quilômetros, entre vinda e volta, mais a classe média, que não consegue mais arcar com os custos de planos e convênios particulares de saúde, são atendidas com dignidade e humanidade no CHS. O Seconci, como gestor de mais de vinte unidades de Saúde no Estado de São Paulo e seu corpo de profissionais mantêm seu padrão ético ao levar a melhor saúde pública, gratuita, a todos que precisam. É um compromisso de todos que salvam e cuidam de vidas.

Maristela Honda é vice-presidente estadual Seconci-SP.