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Mortes no Jacarezinho retratam a falência de políticas sociais & segurança pública

Artigo escrito por Júlio César Cardoso

12 de Maio de 2021 às 00:01
Cruzeiro do Sul [email protected]
Júlio César Cardoso.
Júlio César Cardoso. (Crédito: Arquivo Pessoal)

A hipocrisia mostra a cara nos momentos de tragédias ou de acontecimentos como o ocorrido no Jacarezinho, Rio de Janeiro, em que pseudomoralistas e políticos aproveitam para eleger e malhar os culpados.

Por exemplo, senador Humberto Costa (PT-PE) manifestou-se em twitter que, como presidente da Comissão dos Direitos Humanos (CDH), vai “cobrar explicações dessa que foi a operação mais letal da história do Rio. É algo absolutamente inaceitável”. Lula, por sua vez, que devia ficar calado, criticou a operação, mas já defendeu caso parecido no Complexo do Alemão, quando era presidente da República. Segundo o jornal Folha de S.Paulo, 03/07/2007, Lula disse: “Tem gente que acha que é possível enfrentar bandidagem com pétalas de rosas ou jogando pó-de-arroz. A gente tem que enfrentá-los sabendo muitas vezes que eles estão mais preparados do que a polícia, com armas mais sofisticadas”.

Nos 13 anos de governo do PT, qual foi a medida positiva adotada para combater os narcotraficantes e dar segurança aos moradores dessas áreas conflagradas e dominadas pelos bandidos? Vamos falar sério e deixar de hipocrisia. Se a polícia não atua, quando solicitada, ela é considerada omissa e incompetente; quando age no estrito cumprimento do dever legal, farisaicos da sociedade e de entidades dos direitos humanos reclamam que a polícia é violenta. Então, bandidos têm que ser tratados com reverência e com todas as honras de cidadãos honestos e disciplinados?

Ser policial, além de se tratar de uma profissão de alto risco, é se dispor a perder a vida, pois o policial ao sair de casa para trabalhar não sabe se voltará morto ou com bala alojada no corpo. Quantos policiais já foram mortos ou ficaram paraplégicos ao defenderem a sociedade das garras desses bandidos? Bandidos que subjugam, de todas as formas, famílias pacíficas de trabalhadores e que, depois de abatidos em confronto com a polícia, alguns falsos moralistas ainda querem canonizá-los como sendo “meninos inocentes” barbarizados pela polícia. O policial é alvo constante da mira de bandidos. Ou os farisaicos defensores dos direitos humanos de bandidos pensam que a polícia tem o prazer de adentrar nas favelas para matar bandidos? Policial também tem sentimento, família e muitos moram em lugares similares aos dos favelados.

A polícia carioca atua de acordo com a agressão recebida dos traficantes. Vejam a quantidade de armamentos que foram apreendidos no Jacarezinho: 16 pistolas, seis fuzis, uma submetralhadora, uma escopeta e 12 granadas. A Polícia Civil informou que a ação ocorreu dentro da legalidade, ou seja, “dentro do caso de excepcionalidade” exigida pelo STF. É óbvio que numa atuação policial ostensiva venham a correr acidentalmente mortes de pessoas inocentes. Mas, infelizmente, isso é uma consequência inevitável de a polícia ser recebida a bala.

Os fajutos defensores dos direitos humanos de bandidos, bem como parte da mídia nacional e internacional não noticiam com fidedignidade a atuação da polícia carioca e distorcem os fatos. Em décadas passadas, o ex-governador carioca Leonel Brizola impediu a polícia de subir os morros para combater bandidos, e deu no que deu: a bandidagem se fortaleceu com aquisição ilegal de armas. Mais recentemente, o ministro do STF Edson Fachin proibiu operações policiais em favelas do RJ durante a pandemia.

Para evitar casos similares ao do Jacarezinho, por que os defensores dos direitos humanos não cobram de todos os políticos e governadores cariocas a implementação efetiva de políticas sociais e de segurança para aquelas regiões dominadas pela bandidagem? Por quê?

Júlio César Cardoso é bacharel em direito e servidor federal aposentado.