Crise hídrica
Nível da represa de Itupararanga é o mesmo registrado há 15 dias
Chuva de fevereiro não foi suficiente para alterar o volume do principal reservatório de água da região
Com pouca chuva em fevereiro na Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), a represa de Itupararanga iniciou o mês de março com o mesmo índice que estava há 15 dias, quando a Prefeitura de Sorocaba anunciou a prorrogação do racionamento de água na cidade. Segundo a Companhia Brasileira de Alumínio (CBA), ontem (2), o volume de água do reservatório era de 43,88% e o nível estava em 820,71 msnm. No último dia 17 de fevereiro, os índices eram 43,49% e 820,66 msnm, ou seja, o volume de água da represa ficou estável no período.
A represa de Itupararanga é responsável por abastecer 85% de Sorocaba, além de mais sete cidades da região. Porém, com chuva abaixo da média histórica há vários meses, o reservatório enfrenta a sua pior seca dos últimos 96 anos.
Embora Sorocaba não sofra com a falta de água, já que também passou a captar água do rio Sorocaba, a gestão municipal decidiu iniciar o racionamento de água no último dia 17 de janeiro, pois o volume da represa chegou a cair para 18%, gerando preocupação para todas as oito cidades que atualmente dependem em grande parte do manancial para o fornecimento de água.
Com economia gerada de quase 20% durante o primeiro mês de racionamento na cidade, a represa de Itupararanga conseguiu uma significativa melhora. Porém, o período chuvoso termina neste mês, com o fim do verão.
Caso continue chovendo pouco na região, o objetivo -- definido pela Prefeitura de Sorocaba e o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) -- que é alcançar 50% do volume de água da represa de Itupararanga até o próximo dia 17 de março -- ou antes -- pode não ser atingido.
De acordo com a Prefeitura, fevereiro terminou com um volume de chuvas em torno de 55 milímetros, ou seja, abaixo da média prevista para o período, segundo dados do portal Somar Meteorologia. Deste modo, talvez, seja necessário continuar com a medida e prorrogar o racionamento de água, da maneira como está sendo feito, por mais tempo. Conforme o Saae Sorocaba, o sistema de rodízio permitiu uma economia diária média de 23 mil metros cúbicos, volume correspondente a 12 piscinas olímpicas, por dia, ou ao consumo diário de uma cidade com 115 mil habitantes.
“Durante o racionamento, o volume total economizado é de 710,5 mil metros cúbicos, o que representa uma redução de 15% a 20% no volume diário captado da represa de Itupararanga, via Estação de Tratamento de Água (ETA) Cerrado”, informou a autarquia.
Já a Prefeitura informa que “antecipar o fim do rodízio é o desejo de todos”. Porém, “a antecipação dependerá do comportamento do reservatório, ou seja, com o nível se recuperando ao ponto favorável”.
De acordo com a administração municipal, a proposta do racionamento é gerar a economia de água necessária neste momento de crise hídrica, ao mesmo tempo causando o menor transtorno possível à população.
Atualmente, o racionamento de água na cidade ocorre das 18h às 6h, para um determinado grupo de bairros, que fica sem abastecimento e, depois, tem o fornecimento normalizado. A relação se repete, sucessivamente, entre os quatro grupos, que também seguem os mesmos critérios.
Queda na economia de água
Com temperaturas mais altas na última semana e diminuição das chuvas, a Prefeitura informou ontem (2) que a economia de água gerada com o racionamento está abaixo dos mais de 20% já atingidos do total captado, por conta do calor.
“Nesse sentido, o Saae/Sorocaba convoca toda a população a entender este momento e continuar colaborando, o máximo possível, com medidas de contenção do consumo de água. O objetivo é que haja uma mobilização geral de toda a região”, ressalta.
Conforme o Saae, os dois mananciais da cidade estão atualmente com os seguintes índices: Ferraz/Castelinho com 85% e o de Ipaneminha com 30%. (Ana Cláudia Martins)