O Mosteiro de São Bento é um valioso patrimônio cultural em Sorocaba, enraizado na história da cidade desde sua fundação em 21 de abril de 1660 pela Ordem Beneditina do Mosteiro de Parnaíba. Sua importância no desenvolvimento de Sorocaba é inegável, tendo sido parte da região mesmo antes de ela se tornar uma Vila, em 3 de março de 1661. A comunidade religiosa guarda inúmeras memórias, mas a conclusão das obras de restauro, em sua parte externa, ainda é uma questão pendente, com rebocos aparentes protegidos por tapumes, escondendo a beleza do monumento.

Recentemente, o Mosteiro de São Bento e a Igreja de Sant’Anna, ambos situados no Largo do São Bento, no Centro, foram reconhecidos como patrimônios culturais materiais da cidade pela Lei 12802/23, publicada em 19 de maio. Essa iniciativa partiu do vereador Ítalo Moreira (PSC), que lidera a Comissão Especial, juntamente aos vereadores Fábio Simoa (Republicanos) e Rodrigo do Treviso (União Brasil), para acompanhar a restauração dos prédios, que são tombados pelo Condephaat.

“O objetivo é valorizar Sorocaba por meio dessa comissão, que já tomou importantes medidas para a preservação do patrimônio”, disse Ítalo. Após o protocolo de reconhecimento dos patrimônios, foi solicitado informações detalhadas sobre as obras de restauração do Mosteiro, mas a resposta não foi tão completa quanto o desejado. Ainda assim, o documento destacou a importância de políticas públicas efetivas para o restauro e conservação dos prédios, envolvendo também a participação da sociedade civil.

“Começamos então a trabalhar com a Associação Amigos de São Bento e entrelaçar a pauta de defesa da região central que, por sua vez, vem sendo encabeçada pelas entidades que se uniram pela causa. Também estamos buscando criar um programa de turismo religioso na região central, em especial por conta do Mosteiro, que representa não só um patrimônio histórico-cultural, mas também de fé”, informou o parlamentar.

Restauro

A comissão visa concluir o longo processo de restauro do Mosteiro, que já se estende por 21 anos, buscando recursos de emendas parlamentares em diferentes esferas para viabilizar as obras. De acordo com dom Inácio Moisés Caciagli, a reforma externa do Mosteiro depende do incentivo da iniciativa privada. Atualmente, um levantamento de dados está em andamento para definir os próximos passos e o orçamento necessário.

No entanto, em setembro do ano passado, estimava-se que o valor para a conclusão da reforma, incluindo reparos elétricos, hidráulicos e recuperação de áreas danificadas, além da fachada do prédio, seria de aproximadamente R$ 900 mil.

Segundo a Prefeitura de Sorocaba, a responsabilidade pela manutenção, restauro e preservação do Mosteiro e da Igreja de Sant’Anna é da Arquidiocese de Sorocaba. A Secretaria de Cultura e o Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba são responsáveis pela fiscalização das obras nos imóveis tombados. (Wilma Antunes)