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O rio Sorocaba e seus encantos

05 de Junho de 2019 às 09:11

O rio Sorocaba possui 180 km de extensão em linha reta e 227 km, levando em conta seu leito em seu trajeto natural. Crédito da foto: Erick Pinheiro (22/5/2019)

Formado pelos rios Sorocabuçu e Sorocamirim, o rio Sorocaba é considerado um dos mais importantes do Estado de São Paulo. Possui 180 km de extensão em linha reta e 227 km, levando em conta seu leito em seu trajeto natural. É também o mais importante manancial da região, sendo que 1,2 milhão de pessoas, além das indústrias e agricultura, utilizam suas águas.

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Por ser agora um rio saudável, ele tem muitos encantos e atrai para perto as mais variadas espécies de animais. Quem está sempre passando pela pista de ciclismo, situada às margens do rio Sorocaba, pode notar que algumas aves se fazem presentes por ali como biguá, garça, irerê, colhereiro e martim-pescador.

Tilápia e curimbatá são os peixes que João Campoe, 63, mais encontra durante suas pescarias. Crédito da foto: Erick Pinheiro (22/5/2019)

O professor e pesquisador Welber Smith, doutor em engenharia ambiental, conselheiro do meio ambiente da cidade e pesquisador do rio Sorocaba há 26 anos, ainda acrescenta que perto do rio é possível notar a presença cada vez maior de bichos como capivaras, cachorrinho-do-mato, ratão do banhado, aves, peixes, sapos e cobras. Já no rio podem ser encontradas 53 espécies de peixes, entre elas algumas nativas, como lambari, tambiú, cará, traíra, bagre e tabarana, que se misturam a outras como carpa, pacu, sardinha, cascudo, barrigudinho e tilápia.

Por conta dessa variedade, já se tornou rotineiro encontrar pessoas pescando na beira do rio. É o caso de João Campoe, de 63 anos. “Pesco por lazer. Costumo pescar mais curimbatá e tilápia. Hoje mesmo peguei três tilápias”, afirma. “Venho passar a hora.”

Às margens do rio, há uma vegetação que não é a original, composta por leucena e algumas árvores de variadas espécies, plantadas ao longo dos anos -- mais de 5 mil -- , mas também é possível encontrar ainda trechos preservados, com árvores nativas como ingá, sangra d’água, embaúba e ipês. “O sorocabano precisa conviver mais próximo do rio, da natureza. Uma parcela pequena da população vai a parques e temos mais de 30 na cidade”, enfatiza o pesquisador.

Welber lembra que a Prefeitura mantém um projeto chamado Refúgios da Biodiversidade. “As margens do rio devem ser vistas dessa forma”, frisa. São locais de proteção à flora e a fauna, onde a integridade dos habitats é conservada através de ações como plantios de mudas nativas, manejo da roçagem, controle de espécies invasoras e enriquecimento de habitats.

Professor e pesquisador, Welber, defende que o sorocabano conviva mais de perto com o rio. Crédito da foto: Erick Pinheiro (22/05/2019)

O plantio de árvores de espécies nativas garante a cobertura do solo e proteção contra erosão. Aves e outros animais que dependem destes microhabitats podem se alimentar e se refugiar. A roçagem é controlada para que não interfira na resiliência natural da vegetação, que pode se caracterizar num refúgio.

Observar a beleza do rio bem de perto é outro privilégio oferecido aos sorocabanos anualmente. Desde que teve início o programa de despoluição do rio, Sorocaba realiza um passeio de barco em seu leito, o que se tornou tradicional na cidade, no Dia da Água. É um momento de muita alegria para quem tem a oportunidade. Os participantes seguem pelo leito do rio, em barcos, canoas e botes e podem desfrutar da paisagem.

Confira a série de reportagens sobre o Meio Ambiente produzida pelo jornal Cruzeiro do Sul. (Daniela Jacinto)

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