Editorial
Medidas para combater o som alto
Várias comunidades aqui da Região Metropolitana de Sorocaba reclamam do aumento dos ‘pancadões‘
A sociedade vive um eterno dilema: até que ponto o meu direito pode afetar ou prejudicar o direito de outro.
Os conceitos são muito subjetivos e variam de caso para caso.
O importante, nessa discussão, é manter o bom senso e evitar que infrações de pequena monta, desentendimentos bobos, acabem se transformando em tragédias.
O poder público, tanto o executivo quanto o legislativo, lutam para aperfeiçoar o sistema, as leis e as regras para prevenir os confrontos e conflitos.
No papel, os regulamentos parecem funcionar, mas, na prática, a realidade é bem diferente. Aí é preciso usar a força da fiscalização para manter a casa em ordem.
Várias comunidades aqui da região metropolitana de Sorocaba reclamam do aumento dos ‘pancadões‘.
O som alto, a bagunça, a bebida, as drogas e a falta de respeito com que mora nas proximidades tem gerado queixas e mais queixas.
Funcionários das prefeituras, as guardas municipais e a polícia militar tem organizado uma série de operações para coibir essa prática.
São vários os flagrantes, as apreensões e até o fechamento de estabelecimentos comerciais irregulares, mas basta combater um foco para que outros surjam em pontos diversos da cidade.
Uma missão inglória que acaba produzindo pouco resultado e muita irritação para quem mora no local da confusão.
A ‘Operação Paciência Zero‘ tem promovido várias intervenções nos bairros, muitas delas preventivas, com o objetivo central de impedir a perturbação do sossego e dificultar a organização de eventos clandestinos.
Mesmo assim, toda semana, novos relatos e reclamações acabam aparecendo.
O problema do som alto e do desrespeito não fica concentrado nas cidades. No litoral a situação, principalmente nos meses de verão, é grave.
São dezenas de indivíduos e grupos que insistem em transformar a área pública das praias e verdadeiros inferninhos, com música alta, bebida a rodo e ausência de respeito.
Para combater esse problema, que afeta o turismo, as prefeituras do litoral paulista decidiram reforçar a fiscalização e fazer cumprir as leis.
Desde dezembro, muitas operações foram realizadas nas principais praias do Estado, resultando em multa e na apreensão de equipamentos.
Como mostrou a edição desta quarta-feira, 10, do jornal Cruzeiro do Sul, a prefeitura do Guarujá, cidade que teve seu nome manchado pela ação de organizações criminosas e de ataques a policiais, resolveu dar mais segurança e tranquilidade para quem decide visitar a cidade.
Diversos fiscais foram acionados para apreender aparelhos de som ligados na faixa de areia da praia.
A medida começou a valer na segunda-feira, 8, depois de um longo período de orientação e de campanhas educativas.
Como muita gente não entendeu ou preferiu não respeitar as regras, a saída foi partir para a repressão.
As apreensões são realizadas por guardas municipais com o apoio da polícia militar. Além da faixa de areia, também está proibido usar aparelhos de som nos jardins e no calçadão da orla.
Outros balneários da Baixada Santista e do Litoral Norte decidiram seguir o mesmo caminho adotado por Guarujá. Quem vai à praia para curtir o mar, ouvir o som das ondas e viver momentos de tranquilidade agradece essa iniciativa.
É claro que, como os ‘pancadões‘, sempre haverá alguém disposto a infringir a lei e acabar com o sossego da comunidade.
Para essas pessoas, nada melhor que regras que mexam no bolso e afetem permanentemente o patrimônio.
Os remédios para acabar com o desrespeito estão postos, só é preciso aplicar a dose certa para garantir o sucesso dessa iniciativa.