Notícias do João Pedro
Nelson Fonseca Neto - [email protected]
Começo a escrever este texto no domingo, dia 13/10, perto das 17h da tarde. Faz um calor brutal. Estamos na sala. A Patrícia lendo, o João Pedro brincando com uns cacarecos no chão. Na televisão, os desenhinhos da Baby TV.
Tudo fica emperrado no calorão. Era para este texto ter sido escrito algumas horas antes, no começo da manhã. Deu preguiça. Impossível fazer qualquer coisa produtiva logo depois do almoço. Demos uma cochilada. Agora é a hora da verdade.
Algumas pessoas já me pararam na rua para perguntar do João Pedro. Elas nunca viram o nenê. Elas o conhecem por aqui. Nessas horas, banco o pai babão e mostro umas fotos que tenho armazenadas no celular. Ser pai é fazer coisas que você achava meio bregas até então.
Faz tempo que não falo do João Pedro por aqui. Coisa de alguns meses atrás, lembro de ter enfileirado várias colunas sobre ele. Depois achei melhor dar um tempo. Não que alguém tenha reclamado, muito pelo contrário. O pessoal sente falta das colunas protagonizadas pelo nenê João Pedro e pela Patrícia.
Antes de ir ao que interessa, preciso esclarecer os motivos que me levaram a tratar de outras coisas nas últimas semanas. Melhor dizendo: o motivo. E é simples: variar um tantinho. Eu não queria ser o equivalente dessas pessoas que recebem convidados em casa depois de uma viagem de férias e ficam, por um tempão, mostrando fotos das peripécias turísticas. Esse comportamento é um clássico, não? Até dá para entender. Quem viveu uma experiência fantástica acha que todos ao redor podem entrar facilmente no clima. Pena que não é assim que as coisas funcionam. Bom, ao dar o intervalinho necessário, acho que vocês querem notícias do João Pedro.
É meio idiota achar que o seu filho é o bebê mais lindo do mundo? Falando friamente, é, sim, meio idiota. Mas não tem jeito. O João Pedro é o bebê mais lindo do mundo. Dane-se o equilíbrio das opiniões longamente meditadas.
Ele é lindo, observador, inteligente, meigo, cômico, companheiro, bravinho em certas circunstâncias, atleta de solo, bom de colher e de mamadeira, apreciador de musiquinhas e musiconas, estiloso, malandro, bom de berço, palhaço. Demos vários apelidos a ele. Não os revelo porque esta coluna, daqui alguns anos, pode servir de documento para fundamentar as zoações da vida. Sacanagem fazer uma coisa dessas com o próprio filho.
Cada dia carrega consigo uma surpresa. Assim, do nada, ele passou a ficar de bruços. Assim, do nada, ele passou a se desvirar sozinho. Assim, do nada, ele passou a fazer uns sons diferentes. Neste momento ele está na fase gaúcha, pois, vira e mexe, diz “bah”. Antes era a fase do “agu!”. Não demora e ele começa a tagarelar sobre a escola na hora do almoço. Gente, que doideira.
Ele está um chumbo. Antes era moleza ficar carregando, com apenas um braço, a ferinha. Impossível fazer isso agora. A coluna dá umas miadas nervosas. Mas a gente não reclama. Significa que o bichinho está crescendo. Se houvesse alguma câmera escondida que acompanhasse a nossa rotina, certamente ela nos mostraria fazendo alongamentos nas horas vagas.
Nossa, faltou dizer tanta coisa. A semana de um bebê é uma jornada épica para quem o acompanha. Dá pra encher um caderno com as mudanças e com as micagens. Enquanto digito aqui, um monte de cenas vem à tona. Prometo selecionar algumas delas e colocar aqui.
Agora mesmo, o João Pedro soltou alguns “bahs!”. Ele e a Patrícia mandam um abraço a todos.