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Jovens são maioria entre os novos casos de Aids

02 de Dezembro de 2020 às 00:01

Jovens são maioria entre os novos casos de Aids Vírus ataca o sistema imunológico, deixando paciente indefeso contra doenças. Crédito da foto: Divulgação / Agência Brasil

No Brasil, cerca de 920 mil pessoas são portadoras do vírus HIV. Mais da metade do total de pacientes é formada por jovens. Os dados estão no Boletim Epidemiológico HIV/Aids 2020, apresentado ontem pelo Ministério da Saúde. A divulgação dos dados mais recentes sobre a síndrome da imunodeficiência adquirida coincidiu com a celebração do Dia Mundial de Luta contra a Aids, data criada justamente para chamar atenção da sociedade mundial para a necessidade de prevenir a doença infectocontagiosa que ainda não tem cura.

Embora o tratamento de HIV tenha avançado muito, todo ano, cerca de 690 mil pessoas morrem em todo o planeta por complicações geradas pelo vírus e 1,7 milhão de novas contaminações são registradas, segundo análise da Unaids Brasil. Os dados revelam também que, por causa da Covid-19, países de baixa e média renda têm tido dificuldades para fornecer medicamentos antirretrovirais usados no tratamento do HIV, o que pode colocar em risco a vida dessa população. A letalidade do vírus está no seu foco: ele ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo contra doenças. Sem essa proteção, as pessoas ficam mais predispostas a contrair infecções oportunistas, como tuberculose e meningite.

De acordo com o Ministério da Saúde, nem todos os brasileiros que possuem o vírus estão diagnosticados. A estimativa é que 11% das pessoas não sabem que estão doentes. Além disso, apenas 77% dos infectados fazem tratamento com antirretroviral. Até outubro deste ano, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento com antirretroviral, contra 593.594 em 2018. O crescimento com relação ao ano anterior foi de 8,2%.

Ainda conforme o boletim, 94% dos brasileiros em tratamento não transmitem o HIV por via sexual, por terem atingido carga viral indetectável. O Ministério da Saúde também estima que cerca de 10 mil casos de Aids foram evitados no País, no período de 2015 a 2019.

Os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros, concentraram o maior número de casos. Nessa faixa etária, 52,4% são do sexo masculino e 48,4% são mulheres.

Redução

Durante a apresentação dos dados na manhã de ontem, especialistas comemoram o fato do Brasil ter registrado queda no número de casos de infecção por Aids nos últimos anos. O índice passou de 21,9 casos por 100 mil habitantes, em 2012, para 17,8 casos por 100 mil habitantes em 2019, representando um decréscimo de 18,7%.

A taxa de mortalidade por Aids também apresentou queda de 17,1% nos últimos cinco anos. Em 2015, foram registrados 12.667 óbitos pela doença e em 2019 foram 10.565. Na avaliação do Ministério da Saúde, ações como a testagem para a doença e o início imediato do tratamento, em caso de diagnóstico positivo, são fundamentais para a redução do número de casos e óbitos por Aids.

Apesar da queda do número de casos, em um período de 10 anos, houve um aumento de 21,7% na taxa de detecção de HIV em gestantes. Segundo o ministério, essas estatísticas podem ser explicadas, em parte, pela ampliação do diagnóstico no pré-natal e a melhoria da vigilância na prevenção da transmissão vertical do HIV. O maior número de gestantes infectadas com HIV (27,6%) está entre jovens de 20 a 24 anos. Em 2019 foram 8.312 gestantes casos.

De 2015 a 2019, houve redução de 22% na taxa de detecção de Aids em menores de cinco anos. Passando de 2,4 casos por 100 mil habitantes em 2015 (348 casos no total) para 1,9/100 mil habitantes, em 2019 (270 casos). A taxa de detecção de Aids em menores de 5 anos tem sido utilizada como indicador para o monitoramento da transmissão vertical do HIV, que inclui ainda a transmissão durante a gestação, o parto ou a amamentação.

Campanha

Como tradicionalmente faz no Dia Mundial de Luta Contra a Aids o ministério lançou a Campanha de Prevenção ao HIV/Aids. Com o slogan: HIV/Aids. Faça o teste. Se der positivo, inicie o tratamento.

A campanha inclui filme para TV, peças de mídia, internet e mídias sociais, cartazes e spot para rádio. Neste ano, a ação incentiva a busca pelo diagnóstico e tratamento da doença, reforçando que a camisinha é a forma mais fácil e simples de se prevenir contra o HIV. Caso não tenha utilizado camisinha, é de extrema importância realizar o teste de HIV, gratuito no Sistema Único de Saúde (SUS).

Em caso de diagnóstico positivo, a orientação é iniciar o tratamento o mais rápido possível para evitar o adoecimento por Aids. Com o tratamento adequado, o vírus HIV fica indetectável, ou seja, não pode ser transmitido. (Da Redação, com informações do Ministério da Saúde)