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Junho violeta: Campanha alerta sobre o risco do ceratocone

11 de Junho de 2019 às 22:45

Exames preventivos regulares podem diagnosticar a doença a fase inicial e facilitar o tratamento. Crédito da foto: Fábio Rogério/Arquivo JCS (16/6/2017)

O mês de junho reserva muito mais do que as tradicionais festas juninas. Neste mês, também é lembrada uma importante campanha da conscientização quanto à saúde ocular, o “Junho Violeta contra o ceratocone”, doença caracterizada pelo aumento da curvatura e afinamento da córnea. O problema gera embaçamento visual, que inicialmente pode ser corrigido com óculos. Mas a progressão da doença pode impor a necessidade de tratamentos cirúrgicos, até mesmo o transplante de córnea.

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Na nossa região, quem levanta a bandeira dessa campanha é o Hospital Oftalmológico de Sorocaba. A médica oftalmologista especialista em córnea e diretora médica do Banco de Olhos de Sorocaba, Aline Moriyama, reforça a importância dos cuidados com a visão e ressalta os perigos de um hábito muito comum: coçar os olhos. “As causas do ceratocone são diversas, tanto fatores genéticos como comportamentais podem provocar o problema. Mas um dos principais fatores é o ato de coçar os olhos. Assim, pacientes com alergia ocular devem ser tratados e orientados a não friccionar os olhos para evitar o desenvolvimento da doença ou a sua progressão”, orienta.

Óculos e lentes

Quando o ceratocone se inicia, o aumento da curvatura da córnea gera o aparecimento de grau e necessidade de uso de óculos. Com a progressão da doença, a forma irregular leva a uma situação em que os óculos já não fornecem mais visão adequada, sendo recomendado o uso de lentes de contato rígidas para melhoria da acuidade visual. “Se o ceratocone se agrava ainda mais, pode chegar a um ponto em que não é mais possível o uso de lentes ou em que elas não proporcionam mais uma visão satisfatória, exigindo a consideração de tratamento cirúrgicos, como o implante de anel ou o transplante de córnea”, comenta a médica. “Na cirurgia de anel intracorneano, pequenos segmentos de anéis produzidos a partir de polímero biocompatível são implantados na córnea com a finalidade de proporcionar a redução da curvatura e da irregularidade”, frisa a especialista.

Quando nem os óculos, as lentes de contato ou anéis intracorneanos proporcionam resultados visuais satisfatórios, é optado pelo transplante, no qual a córnea acometida é substituída por uma córnea doada saudável. “O transplante de córnea é o último recurso, pois têm maiores riscos que os tratamentos alternativos, inclusive o risco de rejeição. Entretanto, o ceratocone ainda é uma das principais indicações de transplante no nosso país. Somente no Hospital Oftalmológico de Sorocaba, foram feitos 2.378 transplantes de córnea em 2018, sendo que 754, quase um terço, foi motivado pelo ceratocone”, revela a diretora médica do BOS.

Aline ressalta também a importância do acompanhamento adequado dos pacientes com ceratocone, com exames seriados. “Atualmente, temos a possibilidade de interromper a progressão da doença com a cirurgia de crosslinking. O crosslinking do colágeno corneano é uma cirurgia que se baseia no enrijecimento da córnea a partir da irradiação ultravioleta. Com o tratamento, é possível estabilizar um quadro de ceratocone em progressão, evitando-se que a pessoa chegue a precisar de tratamentos mais invasivos no futuro, como o transplante de córnea”, acrescenta.

“O ideal é consultar o oftalmologista ao menos uma vez ao ano ou quando for notada qualquer alteração nos olhos. O tratamento da maioria das doenças oftalmológicas tem melhores resultados quando o diagnóstico é precoce. Se tiver muita coceira, igualmente procurar um oftalmologista, que irá investigar e tratar a causa do problema para evitar complicações, como o ceratocone”, conclui.

Mais informações no site: www.bos.org.br ou pelo telefone: (15) 3212-7000. O Banco de Olhos de Sorocaba e o Hospital Oftalmológico de Sorocaba estão localizados na praça Nabek Shiroma, 210, no Jardim Emília. (Da Redação)