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Usar banheiro público exige cuidados

08 de Julho de 2020 às 00:01

Usar banheiro público exige cuidados As pessoas devem usar um papel para abrir a maçaneta da porta e não encostar a mão no utensílio. Crédito da foto: Divulgação / Getty Images

Desde criança aprendemos que é importante lavar as mãos após ir ao banheiro para prevenir contra infecções. Diante da pandemia do novo coronavírus no mundo, os cuidados na hora de usar banheiros públicos ou compartilhados, assim como a limpeza correta do ambiente, devem ser redobrados para evitar o contágio pela doença. Muitas pessoas até optam por não usá-los, mas em alguns momentos é inevitável.

Especialistas enfatizam a importância da higienização, assim como alertam para o risco de transmissão com a proximidade entre pessoas que aguardam para usar o sanitário. A preocupação é válida principalmente com a flexibilização da quarentena. A população não pode esquecer que a higienização correta das mãos com água e sabão, o uso de máscara facial e o distanciamento social são as principais formas de prevenção.

As longas filas em porta de banheiros públicos, principalmente nos femininos, não poderão fazer parte do “novo normal”. Muitas pessoas são assintomáticas, ou seja, podem ter e transmitir o vírus mesmo sem apresentarem nenhum sintoma.

“O grande problema no banheiro é se tiver pessoas muito próximas umas das outras. A transmissão por utensílios tem importância, se a pessoa não fizer a higienização adequada das mãos com água e sabão, após o uso. Recomendo ainda que a pessoa que use o banheiro compartilhado utilize um papel para abrir a maçaneta da porta e não encostar a mão no utensílio. Tomados esses cuidados, o grande problema do banheiro é mesmo a proximidade entre as pessoas que vão usá-lo”, diz Lauro Ferreira Pinto Neto, infectologista da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e professor da Santa Casa de Vitória.

Tosses e espirros

Recentemente uma pesquisa chinesa mostrou que, após dar descarga, as fezes ou partículas de urina no vaso sanitário são agitadas pelo fluxo da água, podendo sair em forma de aerossol e serem liberadas no ar do banheiro, caso a tampa do vaso sanitário não esteja fechada. No entanto, ainda não há nada conclusivo sobre essa hipótese. “O que sabemos até agora é que a transmissão acontece principalmente quando alguém que usou o vaso sanitário tossiu e espirrou, porque várias gotículas invisíveis, que podem conter o vírus, ficam em suspensão no ar. Normalmente, os banheiros públicos têm pouca ventilação e isso pode provocar acúmulo de vírus no ar, facilitando a transmissão”, afirma Paulo Olzon, infectologista da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

O risco de ser contaminado pelo novo coronavírus pode estar em pias e maçanetas sujas, partículas no ar e pessoas dividindo um mesmo espaço pequeno e fechado. No entanto, se adotadas as medidas corretas, é possível fazer o uso do banheiro público com segurança.

Seja no banheiro de estações de metrô, aeroporto, avião, posto de combustível ou terminal de ônibus, a melhor maneira de se proteger é permanecer com a máscara facial, evitar tocar em utensílios e higienizar corretamente as mãos com água e sabão após o uso do banheiro. Procure ainda levar sempre um frasco de álcool em gel, que poderá usar, caso não encontre os itens de higiene necessários no local.

“Ainda não há estudos que comprovem totalmente a possibilidade de transmissão da Covid-19 por fezes ou urina, em forma de aerossol, após a descarga, mas os cuidados são importantes para evitar qualquer tipo de infecção que pode ter em banheiros públicos”, diz Isaac Fermann, ginecologista obstetra dos hospitais Pro Matre Paulista, Santa Joana e Santa Catarina.

O especialista também recomenda que a mulher sempre carregue e dê preferência ao uso de lenços umedecidos íntimos. “Preferir não sentar no vaso sanitário também é recomendado. A melhor forma de precaução é agachar, sem se encostar ao vaso, como muitas já costumam fazer”. (Renata Okumura - Estadão Conteúdo)