Manter a saúde mental tem sido desafio para algumas pessoas. Crédito da foto: Divulgação

A pandemia causada pelo novo coronavírus trouxe uma série de mudanças e desafios: as pessoas foram obrigadas a reorganizar o cotidiano e, mais do que isso, foram proibidas de fazer algumas coisas que antes eram banais. Essas alterações podem trazer impactos, como: sintomas de ansiedade, insônia, irritabilidade, desorientação, agressividade, além de trazer à tona uma série de emoções como medo, insegurança, solidão e tristeza.

Segundo a coordenadora do curso de Psicologia da Anhanguera de Sorocaba, Lis Consani, para atenuar o abalo emocional causado pelo isolamento social é necessário criar uma rotina, estabelecer horários e separar os espaços a fim de dar conta das novas demandas. “Essa organização é imprescindível para manter nossa saúde mental e minimizar o estresse. Para quem faz home office, é importante separar os horários de descanso, para não trabalhar tempo a mais, ou a menos. Outra dica é criar listas com as tarefas do dia, isso costuma ser bastante funcional”, destaca a psicóloga.

Para a professora, é possível tirar lições desse período, já que o ser humano tem a capacidade de se adaptar às mais diversas situações. “Não significa que seja fácil, mas isso é um ponto importante. Nos adaptamos a uma nova rotina, e pode ser que logo tenhamos que nos adequar novamente. É muito importante ter resiliência e criar estratégias para passar por essas mudanças de forma saudável”, orienta Lis.

Como passamos a ficar mais tempo em casa e ter maior convivência com as pessoas que moram juntas, algumas situações ficam à flor da pele, e pode ficar mais difícil lidar com os conflitos. Confira as dicas para lidar com este cenário:

* Na comunicação em casa é importante não falar de forma agressiva ou rude. Podemos expor nossa opinião sem transformar em um ataque pessoal. Para nos comunicarmos, é importante gerenciar nossas emoções. Ao falar no ímpeto da raiva, acabamos desconsiderando o outro, podendo gerar mágoas e conflitos maiores. Para uma boa comunicação, tome cuidado com o tom de voz e o sarcasmo, não tenha uma atitude de ser o “dono da razão”, e procure usar o bom humor como um aliado. A chave de tudo é o respeito.

* Para quem têm crianças e adolescentes em casa, é importante lembrar que o estresse afeta a todos. Eles também estão sofrendo com essas mudanças. Manter uma comunicação saudável ajuda a atenuar os efeitos negativos da quarentena.

* Atividade física é muito importante. Separe pelo menos 30 minutos por dia para fazer caminhada, ou mesmo um exercício dentro de casa. Ressalto que sempre deve-se consultar um educador físico para orientar.

* O cuidado com a alimentação também é essencial. Estar mais tempo em casa não pode ser desculpa para comer fora de horário. Um nutricionista é o profissional indicado para orientar sobre isso.

* Importante também cuidar da saúde mental e emocional. Muitos psicólogos estão atendendo online e podem dar suporte para auxiliar a passar por esse momento.

Por fim, é possível crescer e se fortalecer diante da circunstância do isolamento social. “Podemos usar isso ao nosso favor, ao aplicar esse aprendizado em outros contextos. Além disso, podemos incorporar em nossa rotina as mudanças que foram positivas e funcionais”, finaliza Lis. (Da Redação)