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Protesto

Delegações deixam salão da ONU em discurso de Netanyahu

Premiê acusou líderes que reconheceram Estado palestino de antissemitismo

26 de Setembro de 2025 às 22:17
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Cadeiras ficaram vazias no quarto dia da Assembleia-Geral
Cadeiras ficaram vazias no quarto dia da Assembleia-Geral (Crédito: ANGELA WEISS / AFP (26/9/2025))

A delegação brasileira se retirou do salão da Assembleia-Geral da ONU no momento em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, subiu ao púlpito ontem (26). Representantes de outras dezenas de países fizeram o mesmo enquanto o israelense era aplaudido por alguns membros do salão e o presidente da sessão pedia ordem.

Além do Brasil, se retiraram do salão quase todos os representantes de países árabes e muçulmanos, alguns de países africanos e alguns europeus, em protesto à ofensiva israelense na Faixa de Gaza que está perto de completar dois anos.

Imagens do salão vazio mostraram os assentos desocupados da Palestina, Arábia Saudita, Tunísia, Sri Lanka, Coreia do Sul, Turquia, Senegal, Venezuela, Irã (que substituiu sua delegação por imagens de crianças que diziam ter sido mortas por Israel), entre outros.

A saída da delegação brasileira ecoa o discurso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, na abertura da Assembleia-Geral na terça-feira (23), no qual criticou o ataque terrorista do Hamas de 7 de outubro de 2023 e emendou que “nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza”.

O Netanyahu abriu os debates do quarto dia de assembleia acusando os líderes que reconheceram o Estado palestino de antissemitismo e disse que os palestinos são contra a solução de dois Estados para dois povos. O primeiro-ministro israelense enfrenta isolamento internacional, acusações de crimes de guerra e crescente pressão para por fim ao conflito. Ele negou que Israel estivesse cometendo genocídio, citando como prova a emissão repetida de ordens de retirada de civis em Gaza

Nesta semana, cerca de 10 países, incluindo França, Reino Unido e Canadá, aliados de longa data de Israel, reconheceram o Estado palestino como parte de um esforço para promover uma solução de dois Estados para o conflito. Em seu discurso ontem, Netanyahu disse que esses países enviaram uma mensagem de que “assassinar judeus compensa”. (Estadão Conteúdo)