O presidente Donald Trump afirmou ontem (28) que os Estados Unidos vão “estabelecer uma tarifa para o resto do mundo, e é isso que eles terão que pagar”. A tarifa-base, segundo ele, ficará na faixa de 15% a 20%, mas não citou o Brasil.

O republicano, que se encontrou ontem com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer, também afirmou que representantes dos EUA negociam com os da China e destacou que o país “está fazendo acordos com todos, mas precisa ser bom para todo mundo”. As falas ocorreram ao lado do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer.

Ainda sobre a China, o republicano declarou que “gostaria que (os chineses) abrissem o país” aos EUA, demonstrando o desejo por acesso ao mercado da nação asiática. Trump também afirmou que ainda decidirá as tarifas sobre aço e alumínio, mas ressaltou que “faremos nosso próprio aço e nosso próprio alumínio nos EUA”.

Trump e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen fecharam acordo tarifário com a União Europeia para encerrar quatro meses de negociações. Os EUA vão cobrar 15% para a maioria das exportações da UE para os EUA. Apesar da redução da cobrança anterior, de 30%, a tarifa ainda é superior ao que era cobrado antes de Trump chegar ao poder.

Na semana decisiva do tarifaço, senadores brasileiros têm reuniões com representantes do setor privado em Washington, para tentar impedir que o Brasil lidere a lista dos países mais afetados pela nova política comercial americana. Depois de chegar a um consenso para taxar em 15% a Europa, o acordo mais importante e esperado de um lado a outro do Atlântico, o republicano disse que não haverá mais um adiamentos para a entrada em vigor das novas taxas, previstas para a sexta-feira, dia 1º de agosto.

“Em 1º de agosto, as tarifas estão definidas. Elas entrarão em vigor”, reforçou o secretário do Comércio dos EUA, Howard Lutnick, em entrevista à Fox News, no domingo (27).

Senadores

É neste contexto que senadores brasileiros estão em Washington para tentar negociar a taxação de 50% sobre o Brasil. Trata-se da primeira missão que vai à capital americana após os EUA ameaçarem o País por meio de carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mencionando razões políticas para a medida, como o que chamou de uma “caça às bruxas” ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Os senadores brasileiros devem encontrar a capital americana esvaziada por causa do início do recesso parlamentar nos EUA. Por essa razão, as conversas na capital americana devem se concentrar mais no setor privado.

A agenda oficial da missão começou ontem, mas não foi totalmente divulgada por conta das críticas que a comitiva sofreu, disse uma fonte, embora a comitiva conte com senadores ligados ao ex-presidente.

Nos próximos dias, é esperado que o presidente Trump assine uma ordem executiva com as justificativas legais para tarifar o Brasil em 50%, conforme relatos na imprensa. (Da Redação, com informações de Estadão Conteúdo)