O exército de Israel anunciou ontem (26) que lançamentos aéreos com ajuda começaram a ser feitos no mesmo dia na Faixa de Gaza. Além disso, após relatos crescentes de mortes relacionadas à fome na região, corredores humanitários seriam estabelecidos para os comboios de ajuda enviados pela Organização das Nações Unidas (ONU) e outros países.

As operações de combate ao Hamas na região continuam, informou o exército israelense. Ataques aéreos israelenses mataram, pelo menos, 53 pessoas em Gaza desde esta madrugada de ontem, a maior parte delas enquanto buscava ajuda, de acordo com autoridades de saúde palestinas e o serviço de ambulâncias local.

As forças israelenses feriram outras 120 quando dispararam contra multidões que tentavam obter comida de um comboio da ONU que entrava no território, disse o Mohamed Abu Selmiyah, diretor do hospital Shifa.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, disse ontem que seu governo estava considerando ‘opções alternativas‘ para as negociações de cessar-fogo. Um oficial do Hamas, no entanto, disse que as negociações devem ser retomadas na próxima semana e chamou a retirada das delegações de uma tática de pressão.

As Nações Unidas e especialistas dizem que os palestinos em Gaza estão em risco de fome, com relatos de números crescentes de pessoas morrendo por causas relacionadas à desnutrição.

A ONU informou que, até ontem, estava sendo impedida pelas restrições militares israelenses em seus movimentos e incidentes de saques criminosos. A polícia controlada pelo Hamas havia fornecido segurança para a entrega segura de ajuda, mas não conseguiu operar depois de ser alvo de ataques aéreos israelenses.

Os Emirados Árabes Unidos devem retomar os lançamentos de ajuda sobre a Faixa de Gaza, disse o ministro de Relações Exteriores, Abdullah bin Zayed Al Nahyan. “A situação humanitária em Gaza atingiu um nível crítico e sem precedentes”, afirmou em uma publicação no X. (Estadão Conteúdo e AFP)