Queda de braço
Trump diz que pode conversar com Lula, ‘mas não agora’
Presidente dos EUA voltou a criticar tratamento, no Brasil, a Jair Bolsonaro
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou ontem (11) que pode conversar com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, após a imposição de tarifas de 50% sobre produtos importados do Brasil. “Em algum momento posso falar com Lula, mas não agora”, afirmou, ao ser questionado sobre o tema por repórteres em frente à Casa Branca.
Trump também comentou a relação com o ex-presidente Jair Bolsonaro, dizendo que “Bolsonaro era muito duro em negociações” e que “é muito injusta a maneira com que o Brasil o trata”. O republicano se referiu ao julgamento do ex-presidente em curso no Supremo Tribunal Federal (STF), sobre uma suposta tentativa de golpe de Estado. A Corte brasileira foi alvo de críticas de Trump na carta em que anunciou a tarifa de 50% sobre o Brasil.
Ao tratar das tensões com o Canadá, Trump afirmou que as tarifas de 35% aplicadas ao país vizinho, anunciadas na noite de quinta-feira (10), foram “razoavelmente bem recebidas”. A outros países que aguardam definições sobre medidas comerciais, Trump pediu que “continuem trabalhando duro” por um acordo com os americanos.
Lula afirmou ontem que irá brigar em todas as esferas para que não haja a taxação de 50% sobre produtos brasileiros anunciada por Trump. As alíquotas entram em vigor em 1º de agosto.
O petista afirmou que, segundo os dados da balança comercial entre os dois países, superavitária para os Estados Unidos, o Brasil é que deveria taxar o parceiro comercial. “Com todo o respeito a Trump, mas ele está mal informado. O Brasil é que tem déficit com os Estados Unidos”, afirmou o presidente durante evento em Linhares (ES).
Tarcísio
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse ontem que se reuniu com o encarregado de negócios da embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, em Brasília. Ele afirmou, no X, que “a responsabilidade é de quem governa” e que vai abrir diálogo com as empresas paulistas sobre a tarifa. “Vamos abrir diálogo com as empresas paulistas, lastreado em dados e argumentos consolidados, para buscar soluções efetivas.”
São Paulo é o Estado que mais perde caso Trump cumpra sua promessa de taxar em 50% as exportações brasileiras a partir do dia 1º de agosto. (Estadão Conteúdo)