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Guerra

Refugiados na guerra Irã-Israel na mira da ONU

Organização das Nações Unidas pede uma desescalada urgente do conflito

21 de Junho de 2025 às 20:00
Cruzeiro do Sul [email protected]
Indianos refugiados que saíram do Irã buscam abrigo em Nova Delhi
Indianos refugiados que saíram do Irã buscam abrigo em Nova Delhi (Crédito: ARUN SANKAR / AFP)

A guerra entre Irã e Israel não deve resultar em uma nova crise de refugiados no Oriente Médio, alertou ontem (21) as Organização das Nações Unidas (ONU), que pediu uma desescalada urgente do conflito. Israel lançou em 13 de junho uma ampla campanha de ataques aéreos contra o Irã com o objetivo de evitar que seu arqui-inimigo fabricasse a bomba atômica, um objetivo que Teerã nega ter.

Os bombardeios israelenses atingiram centenas de instalações militares e nucleares na República Islâmica, tirando a vida de vários altos funcionários das forças de segurança e cientistas envolvidos no programa nuclear. O Irã respondeu com lançamentos de mísseis e drones contra Israel.

A Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) indicou que a intensidade dos ataques já desencadeou movimentos populacionais em ambos os países. Foram relatados movimentos de pessoas na capital iraniana, Teerã, e em outras partes do país, enquanto grupos de pessoas cruzaram a fronteira para países vizinhos, detalhou.

Em Israel, os bombardeios provocaram deslocamentos internos e, em alguns casos, para o exterior. “Esta região já suportou mais do que o suficiente de guerras, perdas e deslocamentos. Não podemos permitir que outra crise de refugiados se enraíze”, declarou Filippo Grandi, alto comissário das Nações Unidas para os refugiados.

“É hora de acalmar a situação. Uma vez que as pessoas são forçadas a fugir, não há um retorno rápido; e com demasiada frequência, as consequências duram gerações”, acrescentou. O Irã é o país do mundo que mais acolhe refugiados, cerca de 3,5 milhões, a maioria procedente do Afeganistão.

Se o conflito persistir, esses refugiados também enfrentarão dificuldades ainda maiores, acrescentou o Acnur. A agência pediu uma desescalada urgente do conflito e instou os países da região a respeitar o direito das pessoas de buscar segurança. A guerra, que neste sábado completa nove dias, já deixou mais de 400 mortos e mais de 3.000 feridos do lado iraniano, segundo o último balanço do Ministério da Saúde do Irã.

Os ataques de represália iranianos provocaram pelo menos 25 mortos em Israel, segundo as autoridades desse país.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou neste sábado (21) que uma fábrica de produção de centrífugas, máquinas utilizadas para enriquecer urânio, foi ‘atingida‘ após novos bombardeios israelenses contra as instalações nucleares de Isfahan, no centro do Irã.

“Conhecemos bem esta instalação. Não havia material nuclear e, portanto, o ataque não terá consequências em termos de radiação” no meio ambiente, afirmou o diretor-geral do organismo da ONU, Rafael Grossi, citado em um comunicado de imprensa. (AFP)