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Conflito

Depois de atacar Israel, Irã alerta EUA e França

Governo israelense diz que o conflito em Gaza se torna "secundário"

14 de Junho de 2025 às 20:07
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Ramat Gan, uma das cidades de Israel, foi atacada 
por mísseis na manhã de ontem
Ramat Gan, uma das cidades de Israel, foi atacada por mísseis na manhã de ontem (Crédito: JACK GUEZ)

Em uma mudança na condução da guerra, as forças armadas de Israel anunciaram ontem (14), que o Irã se tornou sua principal frente de combate. Gaza, até então centro da ofensiva israelense, agora é uma “posição secundária”, segundo as forças armadas israelenses. O novo foco de Israel no Irã aumenta o risco de um conflito regional de grandes proporções, com potencial envolvimento direto de potências ocidentais.

A tensão segue em alta, com ofensivas e contra-ataques sendo registrados em múltiplas frentes desde a madrugada de sexta-feira. O ministro da Defesa israelense, Israel Katz, afirmou que concluiu uma reunião de segurança com autoridades militares alertando que novos ataques do Irã poderão levar à “destruição total da capital iraniana”.

O governo iraniano acusa Israel de iniciar uma guerra ao realizar ataques que deixaram ao menos 78 pessoas mortas no Irã, na sexta-feira (13). O governo israelense, por sua vez, diz que o conflito vai se estender pelo tempo necessário. Apesar dos apelos internacionais por uma diminuição da tensão, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, advertiu que “mais ataques virão”.

O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araqchi, afirmou que os ataques de Israel são uma “declaração de guerra”. Diante da ofensiva israelense, o governo iraniano fez um alerta direto aos Estados Unidos, ao Reino Unido e à França, afirmando que, se houver qualquer interferência para impedir os ataques de Teerã contra Israel, bases militares e navios ocidentais na região poderão ser alvo de retaliação.

Bomba atômica

O presidente americano, Donald Trump, disse que os EUA ajudarão a defender Israel, e que o Irã tem “uma segunda chance” de voltar à mesa de negociações para tratar sobre o programa nuclear do país.

Sob a justificativa de que o Irã estava se aproximando de um ponto “sem retorno” rumo à bomba atômica, nas últimas 24 horas as Forças Armadas de Israel lançaram um ataque sem precedentes em solo iraniano, atingindo mais de 200 instalações nucleares e militares e matando a cúpula militar do país, além de nove cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano.

Ainda ontem, Israel bombardeou defesas aéreas e lançadores de mísseis do Irã, intensificando suas operações contra o país. A imprensa estatal do Irã afirmou que 78 pessoas morreram, entre elas 20 crianças. No mesmo dia o Irã disparou ao menos 200 mísseis e deixou três pessoas mortas e 82 feridas no território israelense desde sexta-feira, 13.

Foi a primeira vez que as forças israelenses admitiram ter mirado a instalação nuclear de Fordow, um importante centro do programa nuclear iraniano que está em uma base da Guarda Revolucionária do Irã, enterrado quase meio quilômetro abaixo de uma montanha, embora a estrutura não tenha sofrido danos graves.

O local, construído em uma área subterrânea profunda e protegido por baterias antiaéreas, abriga centrífugas utilizadas no enriquecimento de urânio, essenciais para o desenvolvimento de armas nucleares.

A ofensiva, segundo as autoridades de Israel, continuará com foco em instalações nucleares, bases militares, lançadores de mísseis balísticos e alvos humanos considerados estratégicos, como cientistas nucleares e oficiais de alto escalão. Ontem, Tel Aviv anunciou ter matado nove especialistas nucleares iranianos. (Estadão Conteúdo)