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Terremoto

Tremor em Mianmar deixa pelo menos 2 mil mortos

País tem 1,7 milhão de habitantes e é governado por junta militar

31 de Março de 2025 às 22:42
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População dorme nas ruas por medo de novos abalos
População dorme nas ruas por medo de novos abalos (Crédito: SAI AUNG MAIN / AFP (31/3/2025))

Mianmar declarou uma semana de luto pelo terremoto devastador que deixou mais de 2 mil mortos no país, onde as esperanças de encontrar sobreviventes diminuíram três dias após a catástrofe, que também atingiu a Tailândia.

A junta militar que governa este país asiático anunciou que as bandeiras serão hasteadas a meio mastro até 6 de abril. A junta também anunciou que fará um minuto de silêncio na terça-feira às 6h21 (3h21 no horário de Brasília). Nesse horário, o mesmo do exato momento em que ocorreu o terremoto de magnitude 7,7, os moradores devem parar e prestar homenagem às vítimas, e a mídia deve suspender seus programas e transmitir símbolos de luto.

O anúncio foi feito no momento em que o ritmo dos esforços de resgate diminuiu em Mandalay, uma das cidades mais afetadas e a segunda maior do país, com mais de 1,7 milhão de habitantes.

Moradores da cidade, localizada perto do epicentro, dormem no meio das estradas, o mais longe possível dos prédios, por medo de desabamentos. Na sexta-feira, o terremoto inicial foi seguido minutos depois por uma réplica de magnitude 6,7.

A junta afirmou ontem (31) que há 2.056 mortes confirmadas, mais de 3.900 feridos e 270 desaparecidos. Os especialistas, no entanto, temem que possa haver muito mais mortes, apesar da mobilização internacional para ajudar o país, dizimado pela guerra civil e sem recursos suficientes.

O terremoto, o mais forte em Mianmar em décadas, causou cenas de caos até mesmo a mil quilômetros do epicentro, como em Bangkok, capital da Tailândia, onde pelo menos 19 pessoas morreram, principalmente no desabamento de uma torre de 30 andares em construção.

Hospital

O hospital geral de Mandalay, com capacidade de mil leitos, foi evacuado e centenas de pacientes recebem tratamento do lado de fora. Macas foram colocadas no estacionamento do centro médico, a maioria com apenas uma lona fina para protegê-los do sol tropical.

Os pacientes não são os únicos que sofrem. Os socorristas estão exaustos com as temperaturas em torno de 40C. O calor intenso acelera a decomposição dos corpos, o que dificulta sua identificação. (AFP)