Encruzilhada
UE propõe trégua de um mês entre Ucrânia e Rússia
Presidente da Comissão Europeia defende rearmamento de países do continente

Uma “encruzilhada na história”. Assim o primeiro-ministro do Reino Unido, Keir Starmer, definiu a situação da Europa, após uma cúpula especial sobre a guerra na Ucrânia, no domingo (2). Ele afirmou que os países europeus aumentarão seus gastos militares e que britânicos e franceses trabalham em um plano de trégua para ser apresentado aos Estados Unidos. No mesmo evento, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, defendeu que a Europa se “rearme urgentemente” e disse que o bloco apresentará um plano na quinta-feira (6) para fortalecer a defesa do continente.
O Reino Unido e a França disseram que, com aliados, vão formular um plano de paz para parar os combates por um mês na guerra que já dura três anos e o apresentarão ao presidente Donald Trump. Os dois países buscam resolver as divergências entre Kiev e Washington após o bate-boca entre o presidente americano e o ucraniano, Volodmir Zelensky, na Casa Branca, na sexta-feira (28). Starmer disse ter conversado com Trump sobre suas intenções.
Em declarações ao jornal Le Figaro, o presidente francês, Emmanuel Macron, disse que os dois países querem propor uma trégua de um mês nos combates “no ar, no mar e nas infraestruturas energéticas”.
O cessar das hostilidades não englobaria os combates em terra uma vez que, segundo Macron, seria muito difícil de verificar seu cumprimento. A possibilidade de um desdobramento de tropas europeias, no qual França e Reino Unido estão dispostos a participar, ficaria para uma segunda fase.
França e Reino Unido tentam obter garantias americanas para os militares eventualmente enviados à Ucrânia após um acordo de paz Ambos querem que os EUA assegurem uma forma de proteção a esses militares se forem atacados pelos russos.
Segundo o jornal The Guardian, o primeiro-ministro passou os dois últimos dias envolvido em intensa diplomacia após o desastroso encontro na Casa Branca, durante o qual o presidente ucraniano foi repreendido diante das câmeras e um acordo sobre minerais que deveria ser assinado entre EUA e Ucrânia foi suspenso.
Falando em uma entrevista coletiva após sediar a reunião de 18 líderes europeus, incluindo Zelensky, Starmer disse que “um número” de outras nações havia indicado que poderiam se juntar ao Reino Unido e à França para enviar ajuda militar e tropas para a Ucrânia no futuro, no caso de um cessar-fogo. Ele não citou esses países exatamente.
O presidente da Ucrânia afirmou, no domingo, que o acordo sobre minerais está pronto para ser assinado, enquanto busca avançar as negociações além das disputas políticas nos Estados Unidos. (Estadão Conteúdo)