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Atuação

Argentina deixa a Organização da Saúde por 'diferenças'

05 de Fevereiro de 2025 às 21:00
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Javier Milei retirou o país da Organização Mundial da Saúde (OMS)
Javier Milei retirou o país da Organização Mundial da Saúde (OMS) (Crédito: FABRICE COFFRINI / AFP)

O presidente da Argentina, Javier Milei, retirou o país da Organização Mundial da Saúde (OMS) por ‘profundas diferenças em relação à gestão sanitária‘, anunciou ontem o porta-voz da presidência, Manuel Adorni, em coletiva de imprensa.

A decisão “se baseia nas profundas diferenças em relação à gestão sanitária, especialmente na pandemia” de covid-19, acrescentou Adorni. “Não vamos permitir que um organismo internacional interfira em nossa soberania, muito menos em nossa saúde”, enfatizou.

O porta-voz explicou que essa medida “dá ao país maior flexibilidade para implementar políticas adaptadas ao contexto de interesses que a Argentina exige, além de maior disponibilidade de recursos e reafirma nosso caminho em direção a um país com soberania na área da saúde”.

A decisão do governo argentino está alinhada a um decreto assinado pelo presidente Donald Trump que também retira os Estados Unidos OMS.

Assim como Trump, Milei criticou a atuação da agência durante a pandemia de coronavírus.

Adorni afirmou nesta quarta que a gestão sanitária do organismo internacional durante a pandemia, junto com o governo de Alberto Fernández, “nos levou ao confinamento mais longo da história da humanidade e à falta de independência diante da influência política de alguns Estados”.

O porta-voz esclareceu que a Argentina “não recebe financiamento da OMS, portanto, essa medida não representa perda de fundos para o país”.

O funcionário não especificou o financiamento anual que o país repassa ao organismo, o qual, segundo reportagens, gira em torno de 10 milhões de dólares (R$ 57,9 milhões) por ano.

Em junho passado, a Argentina rejeitou se juntar a um novo protocolo sobre pandemias proposto pela OMS e deixou claro sua intenção de deixar o organismo.

“Nosso país não assinará nenhum acordo sobre pandemias que possa afetar a soberania nacional”, afirmou Adorni na época. De acordo com o comunicado, a OMS “falhou em sua maior prova de fogo: promoveu quarentenas eternas sem embasamento científico quando teve que combater a pandemia de covid-19”. (AFP)