Tensão
Rebeldes sírios libertam prisioneiros de Assad
Damasco foi tomada no fim de semana e há preocupações com a segurança

Rebeldes sírios chegaram a Damasco no fim de semana e derrubaram o governo do presidente Bashar Assad após quase 14 anos de guerra civil, aumentando as esperanças de um futuro mais pacífico, mas também há preocupações sobre um potencial vácuo de segurança no país, que ainda está dividido entre grupos armados.
À medida que os insurgentes avançaram pela Síria em apenas 10 dias para encerrar os 50 anos de regime da família Assad, eles invadiram prisões e instalações de segurança para libertar prisioneiros políticos e muitos dos milhares de desaparecidos desde o início do conflito, em 2011.
“Voltei hoje a ver o sol”, disse Bashar Barhoum após caminhar pelas ruas de Damasco. “Em vez de estar morto, graças a Deus, ele me deu uma nova chance de viver.” Sem conseguir encontrar seu celular e pertences na prisão, ele partiu em busca de uma forma de avisar sua mulher e filhas que está vivo e bem.
Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram dezenas de prisioneiros correndo e celebrando após serem libertados pelos insurgentes, alguns descalços e outros vestindo quase nada. Um deles grita de alegria ao descobrir que o governo caiu.
As prisões na Síria são conhecidas por suas condições brutais. Segundo grupos de direitos humanos, denunciantes e ex-detentos, a tortura é sistemática. Execuções secretas foram relatadas em mais de duas dúzias de instalações administradas pela inteligência síria, bem como em outros locais.
Em 2013, um desertor militar sírio contrabandeou mais de 53 mil fotografias que, segundo grupos de direitos humanos, mostram evidências claras de tortura, doenças e fome nas prisões sírias.
Nos últimos 10 dias, insurgentes libertaram prisioneiros em cidades como Aleppo, Homs, Hama e Damasco.
Israel
Israel atacou locais que supostamente abrigavam armas químicas e foguetes de longo alcance na Síria para evitar que caíssem nas mãos de agentes hostis, disse o ministro das Relações Exteriores israelense, Gideon Saar.
Os israelenses saudaram a queda de Assad, que era um aliado-chave do Irã e do grupo militante Hezbollah do Líbano, ao mesmo tempo em que expressaram preocupação sobre o que vem a seguir. Israel diz que suas forças tomaram temporariamente uma zona-tampão dentro da Síria que remonta a um acordo de 1974. (Estadão Conteúdo)