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Política

Presidente sul-coreano declara lei marcial e parlamento revoga

Centenas de pessoas se concentraram em frente à Assembleia Nacional

03 de Dezembro de 2024 às 21:46
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Deputados resistiram às medidas tomadas por Yoon Suk Yeol
Deputados resistiram às medidas tomadas por Yoon Suk Yeol (Crédito: JUNG YEON-JE / AFP (3/12/2024))

O presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, declarou lei marcial de emergência, acusando a oposição do país de controlar o Parlamento, simpatizar com a Coreia do Norte e paralisar o governo com atividades antiestatais. Yoon fez o anúncio durante um pronunciamento televisionado. Ele justificou o movimento como essencial para defender a ordem constitucional. Não ficou imediatamente claro como as medidas afetariam a governança e a democracia do país.

A decisão foi impugnada logo depois mediante uma votação na Assembleia Nacional e o líder opositor, Lee Jae-myung, instou a população a se manifestar em frente ao Parlamento, que foi isolado.

“Para salvaguardar uma Coreia do Sul liberal das ameaças representadas pelas forças comunistas da Coreia do Norte e eliminar elementos antiestatais... declaro lei marcial de emergência”, disse Yoon Suk Yeol no discurso exibido ao vivo pela televisão.

O presidente fez este anúncio no âmbito de uma queda de braço com a oposição motivada pelo orçamento. Ele venceu as últimas eleições, em 2022, por uma margem apertada à frente do líder opositor.

Após o anúncio, foram proibidas todas as atividades políticas e os meios de comunicação estiveram sob controle do governo, conforme comunicado do chefe do Exército, Park An-su. Helicópteros pousaram no teto do prédio do Parlamento, em Seul, segundo imagens exibidas pelas emissoras de TV.

O líder opositor tachou a lei marcial de ilegal e convocou a população a se concentrar em frente ao edifício. Centenas de pessoas começaram a se concentrar no Parlamento por volta das 13h de Brasília, segundo imagens exibidas pela TV.

“Abra a porta, por favor. Seu trabalho é proteger a Assembleia Nacional. Por que ficam parados, enquanto os deputados são pisoteados?”, gritou um homem a um grupo de policiais que guardavam as portas do edifício. “Detenham Yoon Suk Yeol!”, repetiam outros manifestantes. Um grupo de soldados entrou brevemente no Parlamento e saiu logo depois.

Cerca de 190 deputados também conseguiram entrar no prédio, onde votaram por unanimidade a favor de uma moção que bloqueou a aplicação da lei marcial. (AFP e Estadão Conteúdo)