Parlamento
Extrema direita avança nas eleições europeias
Macron antecipou eleições legislativas após vitória do partido RN
A atual presidente da Comissão Europeia e candidata a um segundo mandato de cinco anos, a alemã Ursula von der Leyen, saiu mais forte das recentes eleições europeias, mas ainda está longe de poder reivindicar a vitória. O bloco político que defende a sua candidatura, o do Partido Popular Europeu (PPE, de direita), continuou sendo a principal força na Eurocâmara nas eleições marcadas pelo forte avanço da extrema direita.
As eleições para o Parlamento Europeu, concluídas domingo (9) confirmaram as previsões de um avanço da extrema direita, embora em menor força do que o esperado. O resultado da nova formação do parlamento, que mantém os partidos tradicionais e pró-europeus na maioria, não deve ter um impacto significativo nas decisões do bloco, avaliam especialistas; mas serve como um termômetro para medir mudanças nas concepções de democracia.
A extrema direita se saiu bem em países como Alemanha, Itália e Áustria. Na França, onde o Reagrupamento Nacional (RN) obteve o dobro dos votos da aliança liberal lançada pelo presidente Emmanuel Macron, eleições legislativas antecipadas foram convocadas. Nunca antes as eleições europeias tiveram um impacto tão devastador na política doméstica de um país do bloco.
A decisão de Macron de antecipar eleições, no entanto, pode ser arriscada, porque pode levar a extrema direita ao poder no país pela primeira vez desde a Segunda Guerra Mundial.
Liderado por Jordan Bardella, o RN deve conquistar 30 dos 81 assentos franceses no Parlamento Europeu. O partido Renascença, de Macron, deve ter menos de 15% dos representantes.
O partido de Le Pen, que tem uma agenda anti-imigração, está bem estabelecido, e ainda há dúvidas sobre as estratégias que podem ser usadas de como a esquerda francesa pode ajudar o presidente em exercício.
O futuro da Comissão começará a ser discutido a partir de quinta-feira (13) à margem da cúpula do G7, embora vários dos interlocutores desse diálogo vivam realidades eleitorais claramente diferentes.
A primeira-ministra da Itália, Georgia Meloni, por exemplo, chegará ao G7 apoiada pela vitória clara do seu partido Irmãos da Itália.
O chefe de Governo alemão, Olaf Scholz, saiu visivelmente enfraquecido das eleições europeias, nas quais o seu partido foi superado pelo AfD, de extrema direita.
No dia 17 de junho, Von der Leyen tem na agenda um jantar informal com os chefes de Governo da UE para definir o destino da sua candidatura. (AFP e Estadão Conteúdo)