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Venezuela

Itamaraty critica Maduro por impedir candidatura

Corina Yoris não pôde se inscrever para eleição presidencial de julho

26 de Março de 2024 às 22:50
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Candidata faz oposição ao governo de Nicolás Maduro
Candidata faz oposição ao governo de Nicolás Maduro (Crédito: RONALD PEÑA / AFP (26/3/2024))

O ministério das Relações Exteriores criticou a ditadura de Nicolás Maduro, na Venezuela, por impedir a inscrição da candidata opositora Corina Yoris nas eleições de julho. Ela foi indicada pela líder da oposição, Maria Corina Machado, inabilitada pelo regime, para substituí-la, mas não obteve sucesso para inscrever a chapa.

“Com base nas informações disponíveis, observa que a candidata indicada pela Plataforma Unitaria, força política de oposição, e sobre a qual não pairavam decisões judiciais, foi impedida de registrar-se, o que não é compatível com os acordos de Barbados. O impedimento não foi, até o momento, objeto de qualquer explicação oficial”, disse a chancelaria, em nota.

O comunicado, no entanto, ressalta que o Planalto é contra a retomada de sanções à Venezuela, como sinalizado no começo do ano por autoridades americanas.

“O Brasil reitera seu repúdio a quaisquer tipos de sanção que, além de ilegais, apenas contribuem para isolar a Venezuela e aumentar o sofrimento do seu povo”, diz a nota do Itamaraty.

O prazo para inscrição da candidatura havia iniciado na quinta-feira (21) e acabou às 23h59 de segunda-feira (25). As candidaturas deveriam ser feitas em um site do Conselho Nacional Eleitoral (CNE). A Plataforma Unitária exigiu que o prazo fosse estendido, mas o presidente do CNE, Elvis Amoroso, confirmou que as inscrições fechariam à meia-noite, descartando os pedidos de prorrogação.

Desde que foi confirmado o dia 28 de julho como data das eleições — mesmo dia do aniversário de Hugo Chávez — a oposição vinha denunciando o apertado prazo para inscrições. Especialmente considerando que a oposição teria de decidir até lá um nome para substituir Corina Machado, inabilitada de concorrer a cargos públicos por 15 anos. A homônima Corina Yoris foi anunciada na sexta-feira (22).

É a primeira vez desde o início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva que o governo critica abertamente a ditadura chavista.

(Estadão Conteúdo e AFP)