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Internacional

G20 avança em consenso por criação de Estado palestino

22 de Fevereiro de 2024 às 23:01
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O secretário de Estado Anthony Blinken e a primeira-ministra do Canadá, Melanie Joly
O secretário de Estado Anthony Blinken e a primeira-ministra do Canadá, Melanie Joly (Crédito: MAURO PIMENTEL / AFP)

 

A reunião de ministros das Relações Exteriores do G20 avançou na construção de um consenso sobre a necessidade de constituição do um Estado da Palestina, como forma de encaminhar a paz no Oriente Médio. A proposta vem sendo rechaçada abertamente por Israel, em guerra com o grupo terrorista Hamas.

A chamada “solução de dois Estados” recebeu ampla manifestação de apoio durante o encontro fechado de chanceleres no Rio, como notaram os representantes dos Estados Unidos, Antony Blinken, e da União Europeia, Joseph Borrell. Ao todo 30 países e 15 organizações internacionais enviaram representantes.

Principal aliado de Israel na arena global, os Estados Unidos reagiram positivamente aos discursos no plenário. O governo Joe Biden já havia passado a pressionar o premiê israelense Benjamin Netanyahu em favor da criação do Estado palestino quando a guerra contra o Hamas, na Faixa de Gaza, terminar.

“Vejo que temos um virtual consenso sobre a necessidade de criação do Estado Palestino”, disse na primeira sessão de debates o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, segundo relataram dois diplomatas brasileiros que assistiram aos discursos. O governo americano não divulgou o teor das declarações de Blinken.

No encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília, ambos concordaram na necessidade de estabelecer a soberania palestina sobre seus territórios. Na ocasião, o enviado do presidente Joe Biden disse ao presidente brasileiro que os Estados Unidos discordam da declaração dele comparando o ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza ao Holocausto. Lula fez a comparação e citou Hitler ao encerrar viagem ao Egito e Etiópia, no domingo passado.

A unanimidade em favor da “solução de dois Estados” foi o maior avanço diplomático nas discussões geopolíticas do G20 no Rio, segundo os diplomatas brasileiros. A dificuldade é ressuscitar a ideia de um Estado palestino, uma discussão que está congelada desde 2013.

União Europeia

Alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Joseph Borrell concordou que também via posicionamento unânime na plenária de chanceleres do G20 em favor do Estado da Palestina. Borrell sugeriu então que a questão deveria ser encaminhada e pautada na Assembleia Geral da ONU e no Conselho de Segurança.

‘Caros ministros, podemos discordar sobre a Ucrânia, mas concordamos sobre a necessidade de uma solução de dois Estados para o conflito Israel-Palestina. E se há um consenso de que apenas uma solução de dois Estados resolverá este conflito -- conflito demasiado duradouro --, então precisamos redobrar os nossos esforços para implementar esta solução”, disse Borrell. (Estadão Conteúdo)